MP da Bolívia pede 12 anos de prisão para ex-namorada de Evo Morales
O Ministério Público da Bolívia pedirá 12 anos de prisão para Gabriela Zapata, ex-namorada do presidente Evo Morales, por legitimação de ganhos ilícitos, mas a liberou da acusação de tráfico de influência, informou nesta quinta-feira (18) o procurador-geral, Ramiro Guerrero.
"O Ministério Público vai pedir pena de 12 anos de prisão para a senhora Zapata", disse Guerrero, que anunciou que a Justiça "apresentou uma acusação e está em condições de demonstrar que estes crimes foram cometidos".
Zapata, que está em prisão preventiva desde fevereiro, é acusada, ainda, de associação criminosa, falsidade ideológica e uso de instrumento falsificado.
"O crime mais grave neste caso é a legitimação de ganhos ilícitos, que tem pena de cinco a dez anos" de prisão, explicou o procurador, mas a sentença se elevaria a 12 anos considerando a ocorrência de crimes anexos.
A ex-namorada do presidente era gerente da CAMC, empresa chinesa que firmou contratos com o Estado boliviano da ordem de 560 milhões de dólares. O próprio governo reconhece que ela despachou de escritórios públicos.
Zapata afirmou ter tido um filho com o presidente, em um caso que deu origem a um escândalo na Bolívia que custou a Morales a vitória em um referendo em fevereiro, no qual buscava ser validado para disputar um quarto mandato (2020-2025).
Recentemente, a Justiça boliviana determinou a "inexistência física comprovada" do suposto filho. Ela afirmou que a criança morreu.
Inicialmente, Zapata também era acusada de tráfico de influências em grau de cumplicidade e enriquecimento ilícito de particulares às custas do Estado, mas a Justiça retirou estas acusações.
Morales - a quem a oposição também acusou de tráfico de influência - e a empresa chinesa também foram isentados de responsabilidade pelo Congresso, de maioria governista.
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