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Coreia do Norte lança míssil submarino, diz Coreia do Sul

Míssil submarino que teria sido lançado pela Coreia do Norte em abril passado - KCNA/AFP
Míssil submarino que teria sido lançado pela Coreia do Norte em abril passado Imagem: KCNA/AFP

Em Seul

23/08/2016 19h03Atualizada em 23/08/2016 22h21

Forças navais norte-coreanas lançaram nesta quarta-feira (24; noite de terça-feira no Brasil) um míssil balístico de um submarino, segundo afirmou em comunicado o alto comando militar sul-coreano.

O breve comunicado se limita a informar que o teste balístico aconteceu de um submarino, às 5h50 de quarta (17h50 de terça, horário de Brasília), no mar do Japão.

O míssil percorreu 500 km, o que representa um grande progresso em relação aos testes precedentes, segundo a nota. O teste foi considerado pelos especialistas sul-coreanos como um "sério desafio" à segurança da região.

Japão e Estados Unidos classificaram o teste de ato "imprudente" e "provocação". Esse teste é "uma grave ameaça à segurança do Japão" disse o primeiro-ministro japonês, Shizo Abe, citado pela agência de notícias Jiji, acrescentando que se trata de um "ato de uma imprudência imperdoável".

Os Estados Unidos confirmaram o teste de míssil balístico a partir de um submarino e qualificaram a ação de "provocação". "Condenamos firmemente esse teste de míssil norte-coreano", disse em uma nota, divulgada em Washington, Justin Higgins, um porta-voz do Departamento de Estado, acrescentando que "essa provocação não faz mais do que acentuar a vontade da comunidade internacional de rejeitar as atividades proibidas da Coreia do Norte".

O Comando Estratégico americano avaliou que o lançamento do míssil --provavelmente um KN-11-- da zona de Sinpo, na costa oriental da Coreia do Norte, "não representou uma ameaça para os Estados Unidos", revelou o porta-voz do Pentágono Gary Ross.

O tiro ocorre no momento em que a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizam amplas manobras militares conjuntas, classificadas por Washington e por Seul como "defensivas". Pyongyang advertiu, porém, que, se sua soberania for violada, poderá lançar ataques nucleares de represália.

As relações entre a Coreia do Norte e o Ocidente, por um lado, e com seu vizinho do sul, por outro, acumulam meses de tensões, devido a seus programas de desenvolvimento de armas nucleares e de mísseis de longo alcance e suas ameaças de ataques atômicos de represália.

Ainda nesta terça, o Japão havia feito um apelo para que a Coreia do Norte se abstivesse de "novas provocações".

Dirigindo-se ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o vice-ministro dos Assuntos Exteriores do Japão, Kiyoshi Odawara, denunciou os testes nucleares e balísticos realizados por Pyongyang - em particular de um míssil caído em 3 de agosto em águas japonesas.

"Essas violações flagrantes das resoluções da ONU constituem um evidente desafio aos esforços internacionais contra a proliferação (de armas) e não são justificáveis de modo algum", afirmou o vice-ministro japonês.

O Japão --acrescentou-- "demanda à Coreia do Norte, de maneira firme, que se abstenha de novas provocações" e respeite seus compromissos internacionais.

Odawara também convidou os países-membros da ONU a "redobrar esforços para aplicar plenamente as resoluções" da ONU, que proíbem Pyongyang de manter qualquer atividade nuclear, ou balística, sob pena de sanções.

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AFP