Cabeleireira é julgada na Noruega por se negar a atender muçulmana com véu
Uma cabeleireira compareceu nesta quinta-feira (8) a um tribunal da Noruega por ter rejeitado uma muçulmana que usava um hijab, no primeiro caso sobre o uso do véu julgado no país.
Merete Hodne pode ser condenada a até seis meses de prisão por não ter aceitado em outubro atender Malika Bayan em seu salão de Bryne, uma localidade do sudoeste da Noruega, afirmando, segundo a ata de acusação, que "teria que procurar outro lugar porque não aceitava (pessoas) como ela".
"Não quero este mal em um espaço onde eu decido. Este mal é a ideologia do Islã, o maometismo, e o hijab é o símbolo desta ideologia, como a suástica é do nazismo", disse Hodne à rede de televisão TV2.
Apresentada pelos meios de comunicação noruegueses como uma ex-militante de movimentos islamofóbicos como Pegida, a cabeleireira, de 47 anos, disse que aceitar no salão uma mulher com véu a teria obrigado a rejeitar clientes masculinos, já que a eventual cliente não poderia mostrar o cabelo.
"Sinto-me profundamente humilhada por ser tratada desta maneira em um espaço público em meu próprio país", lamentou no ano passado a jovem muçulmana, de 24 anos, citada pela imprensa.
A cabeleireira se negou a pagar uma multa de 8.000 coroas (cerca de R$ 3,1 mil) por discriminação religiosa. O caso está agora nas mãos do tribunal de Jaeren, que deve examiná-lo nesta quinta-feira.
A polícia informou que pedirá que a multa seja elevada a 9.600 coroas (cerca de R$ 3,8 mil) ou, caso a mulher decida não pagá-la, que seja condenada a 19 dias de prisão.
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