Topo

Candidato de extrema-direita à presidência da Áustria quer demolir casa natal de Hitler

Norbert Hofer, candidato a presidente da Áustria - Leonhard Foeger - 6.set.2016 /Reuters
Norbert Hofer, candidato a presidente da Áustria Imagem: Leonhard Foeger - 6.set.2016 /Reuters

De Viena

11/09/2016 12h00

O candidato de extrema-direita à presidência da Áustria, Norbert Hofer, afirmou que deseja demolir a casa onde nasceu Hitler e melhorar as relações com a comunidade judaica.

"Bem, as únicas opções são transformar (o local) em memorial ou demolir. Se me pergunta, eu preferia demolir", disse o candidato do FPÖ a uma agência austríaca.

Há alguns meses, o governo austríaco aprovou uma lei para expropriar de maneira constritiva a casa, que fica em Braunau am Inn, norte do país, onde nasceu o ditador nazista em 1889, com o objetivo de evitar que o local se transforme em um ponto de peregrinação.

Mas não está claro o que acontecerá com o endereço. O imóvel tem um estatuto de local protegido não relacionado com Hitler, o que pode dificultar a demolição.

Hofer também afirmou que pretende melhorar as relações com a organização judaica IKG, que representa 15.000 pessoas na Áustria.

O IKG acusa o partido de Hofer, cujo primeiro líder, nos anos 1950 era um antigo SS, de simpatizar com os movimentos neonazistas e antissemitas, algo que o FPÖ nega.

Hofer disse que se for eleito em 2 de outubro - a data ainda pode ser modificada -, buscaria "naturalmente" uma aproximação com o IKG.

Casa de Hitler - Dominic Ebenbichler 24.set.2012 / Reuters - Dominic Ebenbichler 24.set.2012 / Reuters
edestre passa diante de casa natal do ditador Adolf Hitler, em Braunau, Áustria
Imagem: Dominic Ebenbichler 24.set.2012 / Reuters


A Áustria deve organizar o segundo turno das eleições presidenciais em 2 de outubro entre Hofer e o ecologista Alexander Van der Bellen.

Mas os dois defendem o adiamento por conta da chegada dos votos por correio.

A votação será uma repetição do segundo turno de 22 de maio, que terminou com uma vitória apertada de Van der Bellen, mas que foi anulada pelo Tribunal Constitucional depois da detecção de uma série de irregularidades.