Topo

Furacão Matthew se dirige às Bahamas após deixar mortos e desabrigados no Caribe

Estrada entre Guantánamo e Baracoa, em Cuba, fica cheia de pedras após a passagem do furacão  - AFP/Yamil Lage
Estrada entre Guantánamo e Baracoa, em Cuba, fica cheia de pedras após a passagem do furacão Imagem: AFP/Yamil Lage

Em Porto Príncipe

05/10/2016 11h22

Matthew, o furacão de maior potência a afetar o Caribe em quase uma década, seguia nesta quarta-feira para as Bahamas, depois de deixar nove mortos no Haiti e República Dominicana, além de ter obrigado 1,3 milhão de pessoas a abandonar suas casas em Cuba.

Ao mesmo tempo, o governo dos Estados Unidos ordenou que as primeiras pessoas saiam de suas casas, já que o fenômeno deve chegar ao país na quinta-feira à noite, depois de passar pelas Bahamas.

Matthew, que se deslocava a 17 km/h, caiu para a categoria 3 na escala Saffir-Simpson (até 5), com ventos de 185 km/h, informou o Centro Nacional de Furacões (CNH) americano, no boletim da 12H00 GMT (9H00 de Brasília).

O CNH adverten o entanto, que o furacão pode ganhar força nos próximos dias.

Matthew começou a se afastar de Cuba, onde provocou ondas de três a quatro metros de altura, chuvas intensas e pontos de inundação, segundo o presidente do Conselho de Defesa Municipal de Baracoa (departamento de Guantánamo), Tony Matos.

A chegada do fenômeno forçou a retirada de 1.318.000 pessoas de suas casas.

Além de Guantánamo, o furacão deixou em alerta as províncias Santiago de Cuba, Camagüey, Holguín, Granma e Las Tunas.

Potente furacão Matthew toca terra no Haiti

AFP

Mortes

O furacão deixou quatro mortos na República Dominicana e cinco no Haiti.

A região sul do Haiti ficou isolada na terça-feira, após a queda de uma ponte na estrada que liga esta parte do país com a área da capital Porto Príncipe.

"A Route Nationale 2 está bloqueada na altura de Petit-Goave depois do desabamento da ponte La Digue", disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil, Edgar Celestin.

Ele acrescentou que uma equipe de emergência foi convocada para restaurar o acesso, mas destacou que vai ser difícil encontrar uma rota alternativa.

No Haiti, país mais pobre das Américas e devastado por um terremoto em 2010, "por enquanto, é impossível fazer um balanço e conhecer a extensão da destruição causada pela passagem do ciclone", disse Celestin.

Mas avaliações parciais, que excluem o departamento de Grande Anse, região por onde passou o olho do furacão, citam 14.500 deslocados e 1.855 casas inundadas.

As autoridades também informaram sobre um desaparecido e 10 feridos.

O furacão atingiu a cidade de Anglais na manhã de terça-feira como um fenômeno de categoria 4, com ventos máximos de 230 km/h.

"É a pior tempestade que o Haiti sofre em décadas, e todos os danos serão, sem dúvida, significativos", declarou o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no país, Marc Vincent.

"Mais de quatro milhões de crianças podem estar expostas aos estragos do furacão", advertiu a organização em um comunicado.

Na República Dominicana, o Centro de Operações de Emergências (COE) informou que 8.546 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas em Santo Domingo, assim como em províncias próximas da fronteira com o Haiti.

O furacão pode alcançar o sudeste dos Estados Unidos, onde os governos da Flórida e da Carolina do Norte decretaram estado de emergência. A Carolina do Sul ordenou a saída dos moradores da área próxima do litoral a partir desta quarta-feira.

"Nosso objetivo é que a população se situe a pelo menos 150 km da costa", declarou a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley.

Diante da possibilidade da chegada de Matthew, o presidente Barack Obama decidiu adiar um evento previsto para quarta-feira, em Miami, com a candidata democrata Hillary Clinton.