Mulheres venezuelanas criam movimento de resistência pró-referendo
Um grupo de venezuelanas, liderado por Lilian Tintori - mulher do opositor preso Leopoldo López - criou nesta quinta-feira (13) um coletivo de mulheres para pressionar a realização do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.
Tintori, deputadas opositoras e a dirigente Maria Corina Machado depositaram um documento no Palácio das Academias, em Caracas, no qual formalizaram o movimento e se declararam em "desobediência civil" para conseguir que a consulta se realize este ano.
"Não vamos deixar as ruas porque não temos medo, vamos continuar comprometidas" com a realização do referendo em 2016, disse a esposa de López à imprensa.
Ela afirmou, ainda, que se o poder eleitoral ou a Justiça obstruírem esta possibilidade, "todas as mulheres, unidas e em paz" estão dispostas a assumir a "desobediência cívica" para revogar o mandato de Maduro e conseguir a realização de eleições antecipadas.
"Vamos (...) cumprir ações simbólicas, irreverentes e com muita responsabilidade, como nos pede Leopoldo López, com desobediência civil até conseguir a liberdade", disse Tintori.
Machado pediu que outras mulheres participem do coletivo, destacando que "o que está em jogo" é a solução dos problemas de "fome e violência".
"Convocamos todas as mulheres do país porque todas queremos a mesma coisa: justiça, segurança, futuro e progresso", disse a ex-deputada.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) se prepara para coletar, entre 26 e 28 de outubro, quatro milhões de assinaturas necessárias para que a autoridade eleitoral convoque o referendo.
Se a consulta for realizada antes de 10 de janeiro de 2017 e Maduro tiver o mandato revogado, haverá eleições. Mas se ocorrer em data posterior, mesmo se o presidente perder, os dois anos que lhe restariam serão concluídos por seu vice-presidente.
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