Chanceler britânico que apoiou Brexit escreveu carta contra saída da UE
O jornal "Sunday Times" publicou neste domingo (16) um texto em prol da permanência do Reino Unido na União Europeia escrito pelo chanceler Boris Johnson alguns dias antes do diplomata mudar de ideia e se tornar o principal defensor do Brexit.
Em seu texto, o atual ministro das Relações Exteriores britânico escreveu que se manter na UE seria "uma bênção para a Europa e para o mundo."
Ele advertiu que o Brexit poderia provocar um "choque econômico" e levar à "explosão" do Reino Unido nesta carta inédita, não publicada, mas revelada por um livro do redator-chefe da editoria de política do jornal, Tim Shipman.
A contribuição britânica para o orçamento da UE "parece bastante modesta" se for considerado o benefício adicional de um acesso ilimitado a um mercado único", escreveu ainda o ex-prefeito de Londres.
"Por que estamos tão determinado a virar as costas (...) Façam a si mesmos a pergunta: apesar de todas as suas falhas e decepções, você realmente deseja que o Reino Unido deixe a UE?", questiona.
Esta carta, que Johnson sempre reconheceu existir, embora nunca tenha revelado seu conteúdo, foi escrita apenas dois dias antes que ele comunicou ao ex-primeiro-ministro David Cameron de que iria se juntar aos defensores do Brexit.
Boris Johnson escreveu ao mesmo tempo uma segunda plataforma defendendo o Brexit e que foi publicada em 16 de março no "Daily Telegraph".
"É verdade que, em fevereiro, eu estava dividido, como muitas pessoas neste país. Eu escrevi uma longa carta defendendo com convicção uma saída [da UE]. Então pensei que seria útil desenvolver um raciocínio alternativo e eu fiz uma espécie de semiparódia defendendo a permanência. E a uma continuação. Eu comparei os dois, e a coisa ficou clara", alegou o chanceler na imprensa este domingo.
A mudança de opinião do chanceler é considerada um ponto fundamental na campanha para o referendo de 23 de junho, quando 52% dos britânicos se expressaram a favor de um divórcio com Bruxelas.
Desde 23 de junho, a libra perdeu 18% do seu valor em relação ao dólar e a primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, já revelou seus planos para um referendo sobre a independência.
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