Papa pede que se lute contra a pobreza 'que degrada, ofende e mata'
O papa Francisco lançou neste domingo (16) um apelo para que se lute contra "a pobreza que degrada, ofende e mata a tantos irmãos e irmãs".
O pedido foi feito durante a oração do Ângelus, que aconteceu ao final da cerimônia de canonização de sete novos santos.
"Amanhã se celebra o Dia Mundial contra a Pobreza. Unamos nossas forças morais e econômicas para lutarmos juntos contra a pobreza que degrada, ofende e mata tantos irmãos e irmãs, atuando com políticas sérias para as famílias e o trabalho", afirmou ante à multidão de 80 mil pessoas congregadas na praça de São Pedro.
Em uma mensagem enviada na sexta-feira (14) à FAO, por ocasião da Jornada Mundial sobre a Alimentação, o papa advertiu que a luta contra a fome se converteu em "um objetivo mais difícil de alcançar em presença de um fenômeno complexo como as mudanças climáticas".
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), cuja sede se encontra em Roma e que o papa visitou em várias ocasiões, lançou uma campanha mundial para que se reconheça o papel fundamental da agricultura sustentável para enfrentar a mudança climática, a fome e a pobreza.
Sob o lema "O clima está mudando, a alimentação e a agricultura também devem mudar", a organização especializada nesses temas pede para abordar o caminho climático conjuntamente com o problema da fome e da pobreza.
"As temperaturas mais elevadas e as pautas meteorológicas irregulares já estão socavando a saúde dos solos, florestas e oceanos para os que dependem do setor agrícola e a segurança alimentar", advertiu o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva.
Em sua mensagem à FAO, o papa afirma que é preciso "admitir que os efeitos negativos sobre o clima derivam dos comportamentos cotidianos de personas, comunidades, povos e Estados", e que somente a avaliação ética e moral não basta.
"É necessário atuar politicamente e fazer as opções necessárias, desestimulando ou promovendo comportamentos e estilos de vida em prol das gerações que virão", pediu.
Francisco também proclamou neste domingo novos santos, o argentino José Gabriel Brochero (1840-1914), o menino mexicano José Sánchez del Río (1913-1928), os franceses Salomón Leclercq (1745-1792) e Isabel de la Santísima Trinidad Catez (1880-1906), o espanhol Manuel González García (1877-1940) e os italianos Ludovico Pavoni (1784-1849) e Alfonso María Fusco (1839-1910), que foram alçados à glória dos altares por serem exemplo de dedicação aos pobres e aos doentes, e por sacrificar a própria vida por sua fé.
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