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Após reunião, primeiro-ministro japonês diz ter 'grande confiança' em Trump

De Nova York

18/11/2016 06h50

O presidente eleito de Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu na quinta-feira (17) em Nova York com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que afirmou após o encontro ter "grande confiança" no próximo chefe de Estado da maior potência do mundo.

"Tenho a convicção de que Donald Trump é um dirigente de grande confiança", declarou Abe à imprensa.

Abe disse que a atmosfera do primeiro encontro com o sucessor de Barack Obama foi "quente".

"Tivemos a oportunidade de ter uma conversa muito franca durante um tempo bastante longo", disse o primeiro-ministro, após o encontro que aconteceu na Trump Tower de Manhattan.

Minutos antes de embarcar para os Estados Unidos, o primeiro-ministro japonês disse à imprensa que se sentia honrado por poder se reunir com o presidente eleito "antes de qualquer dirigente do mundo".

"A aliança entre Japão e Estados Unidos é a pedra angular da diplomacia e da segurança do Japão" que "pode funcionar somente dentro da confiança", disse Abe.

Durante sua campanha, o magnata manifestou sua intenção de retirar os soldados americanos da Coreia do Sul e do Japão se não houver um aumento significativo na contribuição financeira desses países.

Também criticou os tratados de livre comércio como o Acordo Transpacífico (TPP), que os Estados Unidos ainda não ratificaram. Tóquio acredita que seu eventual abandono irá favorecer um acordo comercial rival com a China.

Mais nomes

Nove dias após sua vitória eleitoral, Trump continua em sua Torre negociando com máxima discrição o seu futuro governo. A atenção continua centrada precisamente na pessoa que comandará a diplomacia americana.

O nome do ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, 72, que apoiou Trump incondicionalmente durante a campanha, aparece com muita força.

Vários meios locais apontam, entretanto, que o magnata considera que Giuliani, afastado da vida política há 15 anos, poderia enfrentar um conflito de interesses caso seja secretário de Estado, principalmente por seu vínculo com uma companhia de petróleo venezuelana.

O nome de Mitt Romney, candidato republicano à presidência derrotado por Barack Obama em 2012, veio à tona pela primeira vez nesta quinta-feira.

O ex-governador de Massachusetts, de 69 anos, que em março chamou Trump de "charlatão" deverá ser recebido no próximo sábado pelo presidente eleito em seu clube de golfe de Bedminster, em Nova Jersey, segundo a CNN.

O ex-embaixador na ONU John Bolton e o senador Bob Corker, presidente da comissão de Relações Estrangeiras, são muito cotados para ocupar o cargo.

Mas as emissoras CNN e MSNBC asseguraram que a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, filha de índios, também é uma das favoritas para liderar a diplomacia americana.

A porta-voz de Trump, Kellyanne Conway, disse na quinta-feira à emissora MSNBC que Haley é uma "governadora extraordinária", que poderia ocupar "várias posições" na nova administração, apesar de ter apoiado o multimilionário "tardiamente", quando a campanha já havia começado.

O senador ultraconservador Ted Cruz, que disputou com o magnata as primárias republicanas, foi visto na Torre Trump e trouxe à tona rumores sobre sua possível nomeação como secretário de Justiça, de acordo com a agência Bloomberg.

Entretanto, o atual chefe de inteligência nacional, James Clapper, apresentou sua carta de renúncia que será efetiva quando o novo governo assumir.

O general aposentado Michael Flynn poderia se tornar conselheiro de Segurança Nacional, segundo a imprensa. O militar comandou a Agência de Inteligência de Defesa (DIA, em inglês) entre 2012 e 2014, mas abandonou o posto por suas diferenças com a equipe da instituição e do governo.

O jornal Wall Street Journal assinalou que o ex-governador do Texas Rick Perry, que participou das internas republicanas, aspira ao cargo de secretário de Energia.

A porta-voz de Trump também assinalou que as primeiras nomeações serão anunciadas "antes ou depois do Dia de Ação de Graças", que é celebrado na quinta-feira 24 de novembro.

Após mais de uma semana de "clausura", Trump continuará na sexta-feira as consultas sobre a conformação de seu gabinete em um campo de golfe de Bedminster, em Nova Jersey.