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Confronto entre manifestantes e policiais em protesto contra austeridade no Rio

06/12/2016 17h00

Rio de Janeiro, 6 dez 2016 (AFP) - Manifestantes e policiais se enfrentam nesta terça-feira nos arredores da Assembleia Legislativa do Rio no primeiro dia de votação de um pacote de medidas de austeridade, que visa a conter a severa crise econômica no estado.

Os confrontos estouraram quando os cerca de 300 manifestantes, a maioria servidores públicos, tentaram invadir a sede do Legislativo, no centro da cidade, e foram dispersados pela polícia, segundo a imprensa no local. Várias ruas vizinhas foram bloqueadas e o tráfego, desviado.

Um grupo entre os manifestantes atirava objetos contra a polícia e na direção do Palácio Tiradentes, sede do Legislativo, enquanto os agentes respondiam com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, observou uma jornalista da AFP.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, os confrontos deixaram pelo menos dois feridos por balas de borracha disparadas pela polícia.

No começo de novembro, o governador Luiz Fernando Pezão, lançou um pacote de cortes e aumento de impostos, duramente rechaçado nas ruas, com o qual tenta reorganizar as contas do estado endividado, cuja capital sediou há poucos meses os Jogos Olímpicos.

Várias medidas oram aprovadas por decreto, mas outras precisam ser votadas na Assembleia. A votação teve início nesta terça e deverá se estender até a próxima segunda-feira, dia 12, três dias antes do previsto inicialmente.

Segundo as autoridades do estado, está previsto para este ano um déficit de 17,5 bilhões de reais nas contas públicas. Se as medidas não forem aprovadas, o déficit chegaria a 52 bilhões de reais no fim de 2018.

Inicialmente, o pacote representaria uma economia de R$ 13,3 bilhões em 2017 e R$ 14,6 bilhões em 2018.

Entre as propostas estão o corte de programas sociais, o aumento das contribuições dos trabalhadores no sistema previdenciário, a alta no preço do transporte público e descontos nas aposentadorias.

A crise econômica tem tido efeitos dramáticos nos setores de saúde e segurança, e o Rio de Janeiro têm sofrido com o aumento da violência urbana.