Destituição da presidente da Coreia do Sul ganha força com divisão em seu partido
A destituição da presidente sul-coreana Park Geung-hye, acusada de tráfico de influência, ganhou força nesta terça-feira (6), depois que parlamentares de seu partido afirmaram que apoiariam a proposta da oposição.
O Parlamento analisará na sexta-feira a moção, que para ser aprovada tem que receber o voto de dois terços dos deputados, o que significa que a oposição precisa do apoio de quase 30 membros do partido conservador Saenuri da presidente Park.
Park, acusada de cumplicidade com uma amiga que foi detida em novembro por fraude e abuso de poder, se declarou disposta a abandonar o poder antes do fim de seu mandato, que vai até 2018, e disse que aceitaria a decisão do Parlamento.
A princípio, o partido governista solicitou que a presidente tivesse a oportunidade de renunciar ao cargo de maneira voluntária e havia apresentado como proposta o mês de abril, 10 meses antes do fim do mandato.
Mas os protestos mais recentes nas ruas, no fim de semana, que segundo os organizadores reuniram mais de um milhão de pessoas em Seul, provocaram mudanças na posição do partido.
"Depois de algumas discussões, concluímos que o cenário para que ela deixe o cargo em abril foi rejeitado pela população", afirmou Hwang Young-Cheul, integrante da bancada do Saenuri.
"Estamos fazendo todos os preparativos necessários para assegurar que a moção de destituição seja aprovada", disse Hwang à agência de notícias Yonhap.
De acordo com as estimativas de Hwang, mais de 30 parlamentares do Saenuri devem apoiar a moção, que também precisa ser aprovada posteriormente pela Corte Constitucional, um processo que pode durar até seis meses.
Na Coreia do Sul, um presidente em exercício não pode ser indiciado em um caso criminal, exceto por atos de traição ou insurreição. No entanto, a imunidade acaba ao final do mandato.
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