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Os dias do regime da Coreia do Norte estão contados, diz diplomata desertor

O líder norte-coreano Kim Jong-un participa do congresso do partido em Pyongyang, Coreia do Norte - Wong Maye-E/AP
O líder norte-coreano Kim Jong-un participa do congresso do partido em Pyongyang, Coreia do Norte Imagem: Wong Maye-E/AP

Em Seul

26/01/2017 09h07

O regime de Pyongyang está cada vez mais perto de cair, à medida que mais norte-coreanos lhe dão as costas, afirmou um ex-diplomata norte-coreano que se asilou na Coreia do Sul no ano passado.

"Estou convencido de que os dias de Kim Jong-un estão contados", afirmou o ex-número dois da embaixada da Coreia do Norte em Londres, Thae Yong-Ho, em sua primeira entrevista coletiva à imprensa realizada sob fortes medidas de segurança.

O ex-diplomata também disse estar seguro de que mais compatriotas seus seguirão seu exemplo porque o regime norte-coreano vai acabar caindo.

ex-diplomata coreia do norte - Ed Jones/ Reuters - Ed Jones/ Reuters
O ex-diplomata norte-coreano Thae Yong-Ho concede entrevista à imprensa em Seul, Coreia do Sul
Imagem: Ed Jones/ Reuters

Segundo ele, cada vez mais membros da elite norte-coreana "dão as costas" ao líder Kim Jong-un. "As estruturas tradicionais do sistema norte-coreano estão afundando", acrescentou.

Thae, um dos diplomatas de maior escalão a fugir para a Coreia do Sul nos últimos anos, disse que o acesso às informações exteriores fizeram com que sua fé no regime ficasse abalada.

Suas dúvidas se converteram em convicções quando Kim Jong-un impôs um expurgo entre altos dirigentes do regime.

Os diplomatas norte-coreanos, quando enviados ao exterior, são obrigados a deixar um de seus filhos no país, como "garantia" de sua fidelidade ao regime.

Thae teve a sorte de poder ir para o Reino Unido com seus dois filhos, hoje de 19 e 26 anos.

"O regime de Kim Jong-un usa como refém o amor entre pais e filhos para controlar os diplomatas do país", afirmou.

Thae, que conseguiu ir para a Coreia do Sul com os filhos e a mulher, é tachado de "escória humana" por Pyongyang, que o acusa de ter desviado uma importante soma de dinheiro, estuprar um menor e espionagem.