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Homem é condenado pelo assassinato de garoto em NY há quase 40 anos

Etan Patz desapareceu de seu bairro em Nova York em 1979 - NYPD/Reuters
Etan Patz desapareceu de seu bairro em Nova York em 1979 Imagem: NYPD/Reuters

Em Nova York

14/02/2017 18h47

Um júri de Nova York declarou um homem culpado, nesta terça-feira (14), pelo sequestro e homicídio do pequeno Etan Patz, então de seis anos, em Manhattan, quase 40 anos atrás.

O caso comoveu a cidade e abalou uma geração inteira de pais americanos.

Etan desapareceu depois de sair de casa para ir andando sozinho, pela primeira vez, até o ponto de ônibus escolar - a uma distância de apenas duas quadras - no Soho, em 25 de maio de 1979.

Seu corpo nunca foi encontrado, e Etan foi declarado oficialmente morto apenas em 2001.

O americano Pedro Hernández, que tinha 18 anos na época e trabalhava em uma loja perto do ponto, foi considerado culpado ao final de um segundo julgamento. No primeiro, em 2015, o júri não conseguiu chegar a um veredicto unânime após um processo que se arrastou por quatro meses.

15.nov.2012 - Pedro Hernandez aparece em tribunal em Manhattan  - Louis Lanzano/AP - Louis Lanzano/AP
Pedro Hernandez aparece em tribunal em Manhattan
Imagem: Louis Lanzano/AP
Hernández, hoje com 56 anos, "foi condenado por uma acusação de homicídio culposo e por uma acusação de sequestro", disse um porta-voz do gabinete do procurador de Manhattan à AFP.

O júri deliberou por nove dias até chegar a uma decisão. Hernández deve ter sua sentença anunciada em 28 de fevereiro, segundo um assistente do juiz Maxwell Wiley, que presidiu ambos os julgamentos.

Em suas confissões à polícia, Hernández declarou que atraiu o garoto para o porão da loja, onde o enforcou. Contou ainda que colocou seu corpo em um saco plástico e o jogou em um lixo próximo.

No segundo julgamento, seu advogado Harvey Fishbein afirmou que as confissões de Hernández foram arrancadas à força pela polícia e que outras confissões que seu cliente fez a amigos eram muito antigas e excessivamente vagas para serem válidas.

A defesa também invocou seus transtornos de personalidade, que o teriam levado a confundir ficção com realidade.

Depois de seu desaparecimento, o rosto do menino de olhos azuis e cabelo loiro ilustrou durante meses as caixas de leite e estampou os telões da Times Square.

Seu sumiço levou à criação do Centro de Crianças Desaparecidas, hoje com atuação internacional.