Topo

Policial acusado de ataque com helicóptero teve irmão morto recentemente na Venezuela, diz amigo

Óscar Pérez em vídeo divulgado em seu Instagram momentos antes do ataque ao Supremo na Venezuela - REUTERS
Óscar Pérez em vídeo divulgado em seu Instagram momentos antes do ataque ao Supremo na Venezuela Imagem: REUTERS

Em Caracas

29/06/2017 21h10

O policial venezuelano Óscar Pérez, acusado de cometer um ataque com granadas de um helicóptero contra a suprema corte de seu país, teve um irmão assassinato há menos de duas semanas, informou nesta quinta-feira (29) um amigo.

"Há duas semanas mataram seu irmão que trabalhava para minha companhia. Há dois sábados, chegando à sua casa ele foi esfaqueado por causa de um celular", disse Óscar Rivas, amigo e diretor de um filme em que Pérez atuou em 2015.

"Como milhões de venezuelanos, cada dia estamos mais vulneráveis e cada dia sofremos mais por tudo o que estamos vivendo. E como se diz, essa foi a gota d'água para que ele tivesse esse comportamento", acrescentou em declarações à rádio Onda La Superestación.

O governo venezuelano acusa Pérez de ter lançado quatro granadas contra o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) em Caracas na última terça-feira, de um helicóptero da polícia científica CIPC, onde é inspetor aeronáutico.

Também o acusam de disparar contra o ministério do Interior no mesmo dia. Embora a aeronave tenha sido encontrada na quarta-feira, se ignora o paradeiro do piloto.

O cineasta assegurou que conversa "muito" com Pérez, que segundo disse também sofreu a tentativa de sequestro de um filho há um ano e meio perto do colégio onde estudava.

Por isso, enviou a seus filhos -de dois, cinco e oito anos- a viver no México, comentou.

"Ninguém sabe onde está Óscar Pérez e quem sabe eu acho que não vai dizer, por sua própria vida", manifestou Rivas, que diz que o policial não tem filiação política.

"Não estamos de acordo com o governo, e eu não acho que ele se considera opositor nesse momento como eu", acrescentou.

Rivas descreveu um agente como "uma pessoa digna, honesta e que não faz bobagens", em meio a especulações de que sua ação faz parte de uma trama do governo para desviar a atenção de protestos opositores que deixaram 81 mortos em quase três meses.