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Malala conhece meninas sequestradas pelo Boko Haram na Nigéria

17.jul.2017 - A ativista paquistanesa Malala Yousafzai (centro) se encontra com meninas de Chibok e o presidente interino da Nigéria Yemi Osinbajo  (dir), em Abuja, na Nigéria - Azeez Akunleyan/AP
17.jul.2017 - A ativista paquistanesa Malala Yousafzai (centro) se encontra com meninas de Chibok e o presidente interino da Nigéria Yemi Osinbajo (dir), em Abuja, na Nigéria Imagem: Azeez Akunleyan/AP

Em Abuja

17/07/2017 18h47

A vencedora do prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai pediu nesta segunda-feira (17) a declaração de "estado de emergência para a educação" na Nigéria, durante uma visita ao país em que conheceu algumas das estudantes sequestradas de Chibok.

A ativista pela educação mundial, de 20 anos, fez sua proposta durante um ato com o presidente interino, Yemi Osinbajo, no complexo presidencial em Abuja.

Na Nigéria há 10,5 milhões de crianças que não vão à escola e 60% delas são meninas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Muitas delas estão no nordeste do país, onde os rebeldes do Boko Haram infligiram importantes danos à educação nos últimos nove anos.

"Destaquei algumas questões", disse após o encontro Malala, que quase morreu por um tiro dos talibãs no Paquistão em 2012, motivada pela defesa da educação para as crianças.

"A primeira foi pedir ao governo que declarasse estado de emergência para a educação, porque a educação das meninas e dos meninos nigerianos é realmente importante", relatou.

"Segundo, o gasto deve ser público e, terceiro, a Lei dos Diretos da Infância deve ser implementada em todos os estados", relatou à imprensa.

A ativista disse que a sua proposta recebeu uma "resposta positiva" de Osinbajo.

Malala se reuniu também com algumas estudantes que foram sequestradas pelos islamitas do Boko Haram em Chibok em abril de 2014, um dos principais símbolos dos ataques à educação das crianças no país.

"Estou muito emocionada por vê-las retornando a seus lares e com suas famílias e seguir com a educação", disse de uma instalação do governo que as acolhe em Abuja.

No total, 106 das mais de 200 estudantes sequestradas foram libertadas, resgatadas ou escaparam após mais de três anos de cativeiro, mas 113 ainda estão retidas.