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Talibãs negam ter matado e estuprado reféns canadenses

13.out.2017 - O canadense Joshua Boyle, refém libertado com a família no Paquistão - Nathan Denette/The Canadian Press via AP
13.out.2017 - O canadense Joshua Boyle, refém libertado com a família no Paquistão Imagem: Nathan Denette/The Canadian Press via AP

Em Cabul

15/10/2017 12h43

Os talibãs negaram neste domingo a afirmação de que mataram a filha e estupraram a esposa do refém canadense libertado Joshua Boyle, como ele acusou ao retornar ao Canadá, depois de cinco anos de cativeiro no Afeganistão e Paquistão.

Os talibãs alegam que a morte do bebê aconteceu por um "aborto" natural.

"As acusações do refém canadense contra os mujahedines do Emirado islâmico carecem de fundamento", anunciaram os talibãs em comunicado de seu porta-voz, Zabihulah Mujahid, publicado na Internet.

"Durante sua detenção e até sua libertação, o marido e a mulher nunca estiveram separados, precisamente para não alimentar as suspeitas", continua.

Sobre a mulher, esta "ficou doente e devido ao seu grave estado de saúde teve um aborto natural e perdeu um bebê. O lugar era isolado, não havia médicos."

"Ninguém nunca assassinou um filho deste casal e ninguém nunca os violou ou maculou", acrescenta.

Boyle afirmou em sua chegada ao Canadá na sexta-feira à noite que seus sequestradores da rede Haqqani, ligada aos talibãs, mataram sua filha e estupraram sua esposa.

O canadense chegou a Toronto com a esposa, a americana Caitlan Coleman, e seus três filhos, dois meninos de quatro e dois anos, e uma menina de quatro meses, todos nascidos durante o cativeiro.

Segundo Boyle, a filha morreu e a esposa foi estuprada depois que ele recusou "uma oferta" dos sequestradores, que não detalhou.

Boyle assegurou que o assassinato de sua filha e o estupro de sua esposa foram confirmados por uma investigação afegã em 2016.

Segundo o porta-voz dos talibãs, "se tais coisas tivessem sido autorizadas, (os reféns) jamais teriam retornado com seus três filhos".

Joshua Boyle e Caitlan Coleman, casados desde 2011, foram sequestrados pelos talibãs pouco depois de chegarem ao Afeganistão, em 2012. Depois foram entregues à rede aliada Haqqani, no Paquistão.

Os reféns foram libertados durante uma operação das forças armadas paquistanesas, que receberam informações dos serviços de inteligência americanos.