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'Fumar mata', alertam companhias de tabaco dos EUA, atendendo ordem judicial

Getty Images
Imagem: Getty Images

De Washington

26/11/2017 21h07

A maioria das grandes companhias de tabaco americanas difundiram neste domingo (26) uma série de anúncios que advertem para os riscos que fumar representa para a saúde, acatando uma ordem judicial de onze anos atrás.

Em novembro de 2006, uma corte federal dos Estados Unidos chegou à conclusão de que as companhias que fabricam e distribuem tabaco fizeram um acordo para mentir e enganar os consumidores a respeito dos riscos do tabagismo.

A Justiça havia ordenado na ocasião que empresas como R.J. Reynolds e Philip Morris difundissem na TV e na imprensa escrita mensagens para "corrigir suas mentiras".

As empresas apelaram da sentença para mudar algumas partes do texto, conseguindo, assim, retardar em mais de dez anos a divulgação de suas declarações.

A ordem judicial obriga as empresas a comprar uma página inteira nos 50 jornais mais importantes do país, como The Washington Post e The New York Times, por cinco domingos durante um ano.

Além disso, terão que emitir 260 anúncios de TV ao longo de doze meses nas principais redes nacionais, como ABC, CBS e NBC.

"Fumar mata, em média, 1.200 americanos. Todo dia", diz o anúncio. "Fumar mata mais gente a cada ano do que o assassinatos, a aids, os suicídios, as drogas, os acidentes de carro e o álcool combinados".

O tabagismo é a principal causa de mortalidade e de doenças evitáveis nos Estados Unidos. É responsável por 480.000 óbitos ao ano, apesar de o número de fumantes ter despencado nos últimos anos.

Em 2015, o percentual de fumantes adultos caiu para 15%, o menor já registrado, segundo os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, em inglês). Na década de 1960, 42% dos adultos fumavam.

Esta forte queda se deve, sobretudo, aos impostos cobrados sobre o tabaco, às campanhas de publicidade contra o tabagismo e às restrições que limitam anúncios destinados aos jovens.

Apesar disso, a indústria investe todos os anos US$ 8 bilhões para promover seus produtos.

A sentença de 2006 saiu do julgamento interposto pelo Departamento de Justiça em 1999 para recuperar parte do dinheiro que o governo federal destina anualmente a tratar doenças como o câncer, provocadas pelo tabagismo.