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Emirados Árabes anunciam pausa na ofensiva contra rebeldes em cidade do Iêmen

Integrante de força leal aos Emirados Árabes combate no Iêmen - Saleh Al-Obeidi/AFP
Integrante de força leal aos Emirados Árabes combate no Iêmen Imagem: Saleh Al-Obeidi/AFP

Em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos)

01/07/2018 09h21

Os Emirados Árabes Unidos, envolvidos na ofensiva militar contra os rebeldes huthis entrincheirados em Hodeida, oeste do Iêmen, anunciaram neste domingo (1º) uma "pausa" na operação para permitir que a ONU (Organização das Nações Unidas) consiga um acordo de retirada dos insurgentes.

Hodeida, cidade de 600 mil habitantes às margens do Mar Vermelho, é o principal ponto de entrada das importações e da ajuda humanitária no Iêmen, país pobre e em guerra desde 2015.

Nesta guerra que deixou 10 mil mortos em mais de três anos, a batalha de Hodeida é a mais importante desde a ofensiva de 2015 que permitiu às forças leais ao governo de Hadi recuperar várias regiões do sul, entre elas, Aden, que estava sob controle dos rebeldes.

Os huthis controlam Hodeida desde 2014.

"Reconhecemos os esforços do enviado especial das Nações Unidas, Martin Griffiths, para obter uma retirada incondicional dos huthis da cidade e do porto de Hodeida. Decidimos observar uma pausa (...) para dar tempo de exploração a esta opção" escreveu no Twitter Anwar  Gargash, ministro das Relações Exteriores dos Emirados.

"Esperemos que consiga", completou. O país é um pilar da coalizão que luta contra os rebeldes no Iêmen, liderada pela Arábia Saudita.

O anúncio acontece depois de uma reunião de Griffiths com o presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, cujas tropas lutam contra os rebeldes huthis pelo controle deste porto do Mar Vermelho.

Hadi pede aos rebeldes uma retirada total de Hodeida, cenário há várias semanas de uma ofensiva militar do governo iemenita apoiado por uma coalizão árabe.

Em duas semanas, os combates deixaram 429 mortos dos dois lados, segundo fontes militares e médicas.

O governo iemenita e a coalizão acusam os rebeldes iemenitas de receber armas iranianas neste porto. O governo do Irã nega.

Após a reunião com o emissário da ONU, o governo do Iêmen insistiu em uma retirada "total e incondicional" dos huthis de Hodeida.

Na quinta-feira (28), o representante das Nações Unidas viajou ao sultanato de Omã e se reuniu com o negociador dos rebeldes, Mohammed  Abdesalam.

Nos próximos dias, Griffiths viajará a Aden, atual sede do governo iemenita --a capital Sanaa segue sob controle dos rebeldes-- para uma nova rodada de negociações.

Griffiths informou que existe uma proposta para dar às Nações Unidas um papel de gestão do porto de Hodeida.

Mas tanto o governo de Hadi como os Emirados rejeitaram a ideia de uma retirada parcial dos huthis.

A coalizão árabe atua no Iêmen desde março de 2015 para ajudar o presidente Abd Rabo Mansur  Hadi, reconhecido pela comunidade internacional, a frear o avanço dos rebeldes, que ocupam amplas regiões, incluindo a capital Sanaa.