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Negociações com sanções 'não fazem sentido', diz presidente iraniano

O presidente iraniano, Hassan Rouhani - Danish/Reuters
O presidente iraniano, Hassan Rouhani Imagem: Danish/Reuters

Em Teerã

06/08/2018 14h55

O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse nesta segunda-feira (6) que o convite de Washington para novas negociações ao mesmo tempo em que restabelece sanções ao seu país "não faz sentido".

"Estão impondo sanções às crianças iranianas, aos doentes, à nação", disse Rouhani em entrevista. Ele ainda afirmou que os Estados Unidos "querem lançar uma guerra psicológica contra a nação iraniana e criar divisões entre o povo".

"Se você é um inimigo e enfia uma faca em alguém e em seguida diz que quer negociar, a primeira coisa a fazer é tirar a faca", acrescentou.

O presidente iraniano afirmou que seu país "sempre acolheu as negociações", mas os Estados Unidos devem antes provar sua boa-fé.

"Como eles podem mostrar que são dignos de confiança? Voltando ao acordo", afirmou, referindo-se ao acordo nuclear iraniano, concluído em 2015 e do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em maio.

Washington disse querer exercer uma "pressão máxima" sobre o Irã por meio de novas sanções, que passam a valer a partir desta terça-feira e de 7 de novembro.

Mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem deixado as portas abertas a um novo acordo nuclear.

"No momento em que mantemos nossa pressão econômica ao máximo sobre o regime iraniano, continuo aberto a alcançar um acordo mais amplo que aborde toda a gama de atividades malignas do regime, incluindo seu programa de mísseis balísticos e seu apoio ao terrorismo", afirmou Trump em um comunicado nesta segunda.

"O regime iraniano tem uma escola", afirmou o presidente americano. "Pode mudar sua atitude ameaçadora e desestabilizadora, e poderá retornar para o seio da economia mundial, e pode continuar na rota do isolamento econômico".

A primeira onda de sanções americanas, que entram em vigor nesta terça-feira às 04h01 GMT (01h01 de Brasília), afetará transações financeiras e importações de matérias-primas.