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Ex-assessor de Trump denuncia 'táticas da Gestapo' na investigação sobre a Rússia

11.dez.2018 - Roger Stone, ex-assessor do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, foi indiciado e preso, na última sexta-feira (25) - Jim Young/Reuters
11.dez.2018 - Roger Stone, ex-assessor do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, foi indiciado e preso, na última sexta-feira (25) Imagem: Jim Young/Reuters

27/01/2019 20h47

O assessor republicano de longa data Roger Stone comparou às "táticas da Gestapo", neste domingo (27), sua detenção no âmbito da investigação sobre o conluio da campanha de Donald Trump com a Rússia.

Stone foi detido na sexta-feira (25) quando estava em sua casa em Fort Lauderdale, na Flórida, e se tornou o sexto envolvido na equipe de campanha eleitoral de Trump a ser acusado na investigação liderada pelo procurador especial Robert Mueller, sobre uma possível conivência com Moscou na corrida presidencial de 2016.

"Tenho 66 anos. Não tenho uma arma de fogo, não tenho antecedentes criminais, meu passaporte venceu", disse Stone ao programa "This Week" da ABC.

Ele se queixou da mobilização "extraordinária" para sua detenção, com uma equipe SWAT de 29 membros com vários automóveis, veículos anfíbios e um helicóptero, além de topar com homens armados com fuzis de assalto ao abrir, descalço, a porta de entrada principal de sua residência.

"Poderiam ter ligado para meus advogados e eu me entregaria", disse esse "velho amigo" do presidente americano.

"Foi uma custosa demonstração de força tentar me representar como 'Inimigo Público Número Um'... para envenenar o júri. Estas são táticas da Gestapo", criticou.

Conhecida figura da política americana que assessorou Trump durante décadas, Stone é acusado de mentir para o Comitê de Inteligência da Câmara em 2017 sobre seus contatos com Julian Assange durante a campanha.

A plataforma "WikiLeaks", de Assange, divulgou comprometedores e-mails hackeados pelos russos da então candidata democrata Hillary Clinton em 2016, dando um grande impulso à campanha de Trump.

Stone também é acusado de intimidar testemunhas para influir em seu depoimento ao Congresso.

Ele nega todas as acusações e diz que nunca falou com Trump sobre WikiLeaks, Rússia, ou sobre a investigação de Mueller.

"Estive sob vigilância durante dois anos... Não tem nada para encontrar", frisou.

"Tentam me intimidar, ou talvez, buscar informação pessoal que possa ser usada para me envergonhar e que não tenha nada a ver com WikiLeaks, Rússia, a campanha de 2016, ou qualquer outra coisa", completou Stone, que também negou, "categoricamente", a destruição de provas.