Topo

Assaltantes da embaixada norte-coreana em Madri tinham laços com a CIA, diz jornal

28.fev.2019 - Embaixada da Coreia do Norte em Madri, na Espanha - Sergio Perez/Reuters
28.fev.2019 - Embaixada da Coreia do Norte em Madri, na Espanha Imagem: Sergio Perez/Reuters

13/03/2019 07h44

Ao menos duas das dez pessoas que assaltaram, em fevereiro passado, a embaixada da Coreia do Norte em Madri, onde roubaram alguns computadores, têm vínculos com a agência de Inteligência americana, a CIA, informou o jornal "El País" hoje.

"Pelo menos dois dos dez assaltantes, que agrediram e interrogaram as oito pessoas que estavam na legação, foram identificados e têm vínculos com os serviços secretos americanos", indicou o jornal, citando fontes policiais e do Centro Nacional de Inteligência (CNI).

Ao ser contactado pela AFP, o CNI não quis comentar esta informação.

Segundo "El País", autoridades espanholas pediram explicações à CIA, mas a resposta "foi negativa" e "pouco convincente". Os serviços de Inteligência americanos teriam agido "em provável cooperação" com os da Coreia do Sul, indicou o jornal.

O assalto à sede diplomática norte-coreana, ocorrido em 22 de fevereiro, esteve cercado de mistério. O único elemento confirmado pelo governo espanhol e pela polícia é que, nesse dia, foi atendida uma norte-coreana levemente ferida na via pública perto da embaixada.

Segundo a versão do jornal, que já havia citado antes investigadores que esboçaram a tese de uma "espionagem política", os dez homens com "armas simuladas" entraram na embaixada norte-coreana, amarraram e amordaçaram os presentes.

Depois, teriam levado documentos, computadores e celulares e foram embora com dois carros da embaixada com placa diplomática. Os veículos foram abandonados.

Os investigadores descartaram que fossem criminosos comuns, por parecer uma operação de um comando militar que sabia o que buscava. Depois de analisarem imagens das câmeras de segurança e de interrogarem testemunhas, identificaram dois dos invasores como pessoas ligadas à CIA, acrescenta "El País".

A embaixada norte-coreana contava apenas com um diplomata nesse país. Em setembro de 2017, a Espanha expulsou o embaixador Kim Hyok-chol depois de novos testes nucleares e do disparo de mísseis desenvolvidos por Pyongyang.

Kim Hyok-chol é uma pessoa de confiança do líder norte-coreano Kim Jong-un e é, hoje, enviado de seu país para os Estados Unidos.