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ONGs suspendem entrega de comida a 47 mil na Síria após bombardeio russo

Fumaça sobe acima dos edifícios durante o bombardeio na cidade de Khan Sheikhun, em uma zona rural, em 11 de maio de 2019 - Anas AL-DYAB / AFP
Fumaça sobe acima dos edifícios durante o bombardeio na cidade de Khan Sheikhun, em uma zona rural, em 11 de maio de 2019 Imagem: Anas AL-DYAB / AFP

11/05/2019 08h32

Organizações humanitárias vinculadas às Nações Unidas suspenderam as atividades em algumas partes do noroeste da Síria, onde os bombardeios do regime e da Rússia colocam em perigo seus voluntários.

"Em 8 de maio, pelo menos 16 sócios humanitários suspenderam suas operações nas zonas afetadas pelo conflito", afirmou na sexta-feira o Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU.

O Programa Mundial de Alimentos (PAM) anunciou a suspensão da entrega de ajuda a quase 47.000 pessoas em cidades e vilarejos bombardeados".

Desde o fim de abril, as forças do regime e a aviação russa intensificaram os bombardeios no sul de Idlib e em zonas próximas, o que provocou o deslocamento de 180.000 pessoas entre 29 de abril e 9 de maio, segundo a ONU.

Quinze hospitais e 16 escolas também foram afetados, de acordo com a mesma fonte.

"Várias organizações suspenderam suas atividades depois que suas unidades foram atingidas, destruídas ou que agora estão expostas ao perigo pelos ataques reiterados", afirma um comunicado do OCHA.

"Outras suspenderam as atividades para garantir a segurança de seus trabalhadores ou porque a população que se beneficia (das ajudas) desertou das áreas em questão", completa.

Cinco voluntários, dois deles profissionais de saúde, morreram nos bombardeios.

O PAM afirmou vários trabalhadores de organizações vinculadas ao programa foram "deslocados em consequência da violência, outros ficaram feridos".

O governo de Bashar Al Assad não consegue assumir o controle da província de Idlib e dos territórios insurgentes próximos, dominados pelo grupo jihadistas Hayat Tahrir Al Sham (HTS), ex-braço sírio da Al-Qaeda, apesar dos persistentes bombardeios executados desde fevereiro.