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Ventos alimentam incêndio na Califórnia; 180 mil pessoas têm ordem de evacuação

Incêndio atinge Santa Rosa, na Califórnia  - Justin Sullivan/AFP
Incêndio atinge Santa Rosa, na Califórnia Imagem: Justin Sullivan/AFP

28/10/2019 00h02

Ventos fortes alimentam o incêndio que ameaça o condado de Sonoma, na Califórnia, que já arrasou mais de 12 mil hectares e forçou a ordenar a evacuação de cerca de 180 mil pessoas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros da Califórnia (Cal Fire), o incêndio, que começou na noite de quarta-feira, estava contido em apenas 10% na manhã de domingo, em meio a condições climáticas excepcionais que incentivam sua propagação.

"Esta é a maior evacuação de que qualquer um de nós pode se lembrar. Cuidem-se", tuitou o escritório do xerife do condado de Sonoma, ao norte de São Francisco e cuja principal cidade é Santa Rosa.

Rajadas de vento de 145 km/h atiçam o incêndio chamado "Kincade", que ameaça dezenas de milhares de estruturas e alimentam as chamas em áreas remotas ao norte de San Francisco, informou o Serviço Nacional de Meteorologia.

Cerca de 180 mil pessoas têm ordem de retirada obrigatória, incluindo uma longa faixa do condado de Sonoma até o Oceano Pacífico e partes da cidade de Santa Rosa.

"Esta é a maior retirada que nós lembramos. Cuidem-se", tuitou a delegacia do condado no norte de San Francisco, zona de vinícolas e área turística que tem como cidade principal Santa Rosa.

Pelo menos dois hospitais do local, o Hospital Kaiser Permanente e o Hospital Regional Sutter Santa Rosa, transferiram seus pacientes para outros centros médicos durante o final de semana.

O incêndio, que começou na última quarta-feira, destruiu até sábado 77 estruturas, incluindo 31 prédios residenciais.

Mais de 3 mil soldados foram convocados para combater as chamas, disse Jonathan Cox, porta-voz do Departamento de Florestas e Proteção contra Incêndios da Califórnia.

O delegado do condado de Sonoma, Mark Essick, disse em uma entrevista coletiva que centenas de policiais apoiados pela Guarda Nacional foram mobilizados nessas regiões de retirada para fazer a segurança das propriedades e evitar saques.

"Não sei explicar", disse Tina Tavares, de 70 anos, que foi evacuada de sua casa em Geyserville, em entrevista ao jornal The San Francisco Chronicle.

"É como se você estivesse em um terremoto, o chão se abre... você está olhando e não sabe o que fazer".

"Este é realmente um evento que chamamos de histórico e extremo", disse o meteorologista americano David King ao Los Angeles Times.

Os fortes ventos, que provocaram um alerta vermelho que indica alto risco, durarão até segunda de manhã, segundo os meteorologistas.

"As coisas vão melhorar na segunda e terça-feira, mas temos que nos manter fortes porque parece que teremos outro episódio de vento forte e seca que vai impactar a região na noite de terça para quarta-feira", disse um porta-voz do Serviço Nacional de Meteorologia em uma entrevista coletiva.

Um bombeiro advertiu que as chamas continuam se espalhando para o oeste e vão atravessar uma estrada importante, a 101, no que poderia ser uma grande catástrofe em uma zona que não sofre com incêndios desde os anos 1940.