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Donald Trump ataca seu julgamento de impeachment no Senado

Presidente dos EUA, Donald Trump - JONATHAN ERNST
Presidente dos EUA, Donald Trump Imagem: JONATHAN ERNST

Da agência AFP, em Washington (EUA)

23/01/2020 17h32

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou de maneira fulminante a seu julgamento político no Congresso, em um momento em que os democratas estavam se preparando para retomar sua apresentação no Senado das acusações pelas quais acreditam que ele deve ser afastado.

Trump, que voltou a Washington na noite de quarta-feira do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, começou seu dia com uma série de tuítes.

O presidente republicano acusou os democratas, que possuem maioria na Câmara dos Representantes, de apresentar aos senadores um caso "carregado de mentiras e deturpações".

Trump atacou Adam Schiff, o promotor-chefe democrata da Câmara, em termos muito pessoais, chamando-o de "Shifty Schiff" (Schiff Suspeito) e retuitou as críticas feitas ao deputado da Califórnia por seus apoiadores da rede de televisão Fox News.

Schiff e os demais democratas apresentaram seus argumentos iniciais no Senado, controlado pelos republicanos, na quarta-feira, acusando Trump de ter feito esquemas para as próximas eleições presidenciais, de novembro.

O presidente é acusado de reter ajuda militar à Ucrânia para pressionar seu colega ucraniano a investigar seu potencial rival nas eleições presidenciais, o ex-vice-presidente Joe Biden, e seu filho Hunter por supostos negócios irregulares naquele país do leste europeu.

"O presidente Trump solicitou interferência estrangeira em nossas eleições, abusando do poder de seu mandato para buscar ajuda no exterior e melhorar suas chances de reeleição", disse o deputado, acrescentando que, quando foi flagrado, "utilizou os poderes a seu alcance para obstruir a investigação".

Os democratas da Câmara têm um total de 24 horas para apresentar seu caso, no qual argumenta, que Trump é culpado de abuso de poder e obstrução de Congresso.

Depois de apresentar evidências detalhadas contra Trump na quarta-feira, ele deve se concentrar na quinta-feira nos aspectos legais e constitucionais do caso.

Os advogados da Casa Branca terão 24 horas, provavelmente a partir de sábado, para apresentar sua defesa de Trump, o terceiro presidente da história dos EUA a enfrentar um julgamento político.

Os senadores podem fazer perguntas por escrito para serem lidas em voz alta pelo presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, que preside o julgamento.

- 'Primeira semente' -O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, elogiou o desempenho dos promotores da Câmara e disse que achava que seus argumentos tocavam alguns colegas republicanos.

"Quando um promotor após o outro se apresentou para mostrar as evidências acumuladas contra o presidente com detalhes precisos e devastadores, a atmosfera do Senado adquiriu uma dimensão completamente diferente", disse Schumer à imprensa nesta quinta-feira.

"Pode ter sido a primeira vez que muitos dos meus colegas republicanos ouviram toda a história, toda a narrativa do começo ao fim, sem interrupções", disse o senador democrata de Nova York.

Na abertura do processo, acusaram o presidente de ter tentado "fraudar" as eleições e pediram à maioria republicana que tenha "coragem".

No primeiro dia dedicado às alegações democratas, o presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes, Adam Schiff, expôs o caso contra Trump. No final da sessão de ontem, o representante antecipou que vai relacionar as acusações apresentadas contra o presidente e o que dizem a Constituição e as leis a esse respeito.

Em sua fala, Schiff argumentou que o presidente deve ser afastado do cargo pelas acusações de abuso de poder e de obstrução do Congresso.

Na sua opinião, isso "pode ter sido plantada a primeira semente em suas mentes de que, sim, talvez o presidente tenha feito algo muito ruim".

Schiff apelou aos 100 membros do Senado para deixar de lado o partidarismo na decisão sobre o destino de Trump, intercalando seus comentários com um vídeo do testemunho da Câmara dos Deputados e clipes das próprias palavras do presidente.

Os republicanos, que têm uma vantagem de 53 contra 47 no Senado, mostraram pouca inclinação, no entanto, para romper fileiras em um contexto em que o presidente tem um histórico de atacar ferozmente aqueles que são vistos como inimigos.

São necessários 67 senadores, maioria de dois terços, para afastar Trump do cargo.

Em uma série de votações na terça-feira sobre as regras básicas do julgamento seguiram rigorosamente linhas partidárias. Lá, os republicanos rejeitaram os repetidos esforços dos democratas do Senado para introduzir novas testemunhas e documentos da Casa Branca no julgamento.

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