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Boris Johnson responde ao tratamento, mas segue na UTI por covid-19

Hannah Mckay
Imagem: Hannah Mckay

08/04/2020 08h02

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson continua na unidade de terapia intensiva, com condições "estáveis" e "respondendo" ao tratamento contra a covid-19, que matou cerca de 6.200 pessoas no Reino Unido.

Único líder de uma grande potência infectado pelo novo coronavírus, Johnson "está em condição estável, tranquilo e de bom humor", disse o secretário de Estado da Saúde, Edward Argar, ao canal privado Sky News.

"Ele recebeu oxigênio inicialmente, mas continua sem utilizar respirador", relatou.

O primeiro-ministro não foi diagnosticado com pneumonia, disse ontem o porta-voz de Downing Street.

O jornal "The Times" afirmou hoje que a febre de Johnson, um dos sintomas que o levaram ao hospital no domingo, dez dias depois de contrair o coronavírus, havia diminuído.

De acordo com o "Daily Telegraph", o premiê, de 55 anos, está sendo tratado no Hospital St. Thomas de Londres por um dos principais especialistas do Reino Unido em questões pulmonares.

Durante sua hospitalização, o líder conservador foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Domic Raab, que ontem manifestou sua confiança de que Johnson se recuperará rapidamente.

"Se eu sei alguma coisa sobre esse primeiro-ministro, é que ele é um combatente" e "voltará a nos guiar nessa crise em pouco tempo", afirmou em coletiva de imprensa.

Confinamento mantido

O governo britânico se esforça desde segunda-feira, quando seu chefe foi repentinamente transferido para terapia intensiva, tranquilizar o país, garantindo que Johnson deixou instruções muito claras sobre o caminho a seguir na luta contra a pandemia e que o trabalho do Executivo continua.

Crescem, porém, as perguntas sobre quanto poder Raab realmente tem à frente de um gabinete que toma decisões coletivamente... a menos que haja disparidade de opinião, caso em que seu chefe decide.

Amplamente criticado por tomar medidas de distanciamento social mais tarde do que seus principais vizinhos europeus, Johnson mudou de rumo de uma estratégia inicial aparentemente destinada a atingir um certo grau de imunidade coletiva e, em 23 de março, ordenou que o país ficasse em casa.

Uma "medida excepcional para circunstâncias excepcionais", disse ele em um discurso solene na televisão.

O prazo termina na próxima segunda-feira, mas, dada sua saúde e a "falta de dados científicos suficientes" para estabelecer com certeza a progressão da pandemia, o Executivo anunciou terça-feira à noite que a revisão será adiada. Ou seja, o confinamento continua.

O Reino Unido está se tornando o novo ponto quente da COVID-19 na Europa.

Na terça-feira, o país se aproximava das 6.200 mortes por coronavírus, com um recorde diário de 786 mortes.

Mesmo que muitos concordem que a hospitalização do primeiro-ministro possa ter servido para aumentar a conscientização, alguns britânicos ainda desrespeitam as medidas de distanciamento social.

"É definitivamente um alerta para aqueles que não levavam a sério", disse à AFP Mark Gillis, funcionário de uma agência de comunicação.

O estado de Boris Johnson "é bastante chocante e também mostra que pode afetar qualquer pessoa", acrescentou.

A rainha Elizabeth 2ª, de 93, que está com seu marido, príncipe Philip, de 98, no Castelo de Windsor, oeste de Londres, é mantida informada sobre o estado de saúde de seu primeiro-ministro, de acordo com o Palácio de Buckingham.

E, na terça-feira, enviou uma mensagem à noiva de Johnson, Carrie Symonds, e a sua família, desejando-lhe uma recuperação "completa e rápida".