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Sem máscara, Trump discursa em evento público e faz ataques a China e Biden

Oito dias após testar positivo para covid-19, Donald Trump surgiu em evento público na Casa Branca - Samuel Corum/Getty Images/AFP
Oito dias após testar positivo para covid-19, Donald Trump surgiu em evento público na Casa Branca Imagem: Samuel Corum/Getty Images/AFP

10/10/2020 18h14Atualizada em 10/10/2020 19h00

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, surgiu sem máscara diante de centenas de apoiadores em uma varanda da Casa Branca e disse que se sente "genial", em seu primeiro evento público desde que foi diagnosticado com covid-19, no último dia 2.

O evento de hoje preparou o cenário para a volta de Trump aos atos de campanha na semana que vem, apesar das preocupações com a sua recuperação. Além de um comício previsto para segunda-feira (12), na Flórida, Trump participará de outros dois atos: no dia seguinte, na Pensilvânia, e na quarta-feira (14), em Iowa, informou seu comitê de campanha.

"Quero que saibam que nossa nação irá vencer este vírus terrível da China", afirmou o presidente às centenas de pessoas que participaram do evento ao ar livre, onde o uso de máscara foi obrigatório, mas houve pouco distanciamento social.

A 25 dias das eleições e oito dias após ser diagnosticado com covid-19, Trump, 74, pediu: "Saiam e votem." Ele discursou por 18 minutos sobre lei e ordem.

Afetado por sua hospitalização por três noites na semana passada, o presidente está empenhado numa tentativa frenética de recuperar o terreno perdido para Biden, que as pesquisas apontam como favorito.

"Mais de 213 mil americanos morreram por causa desse vírus, e a realidade é que isto poderia ter sido evitado", publicou o democrata em uma rede social. Antes, ele havia criticado a atitude de Trump: "Sua conduta pessoal imprudente desde o seu diagnóstico, o efeito desestabilizador que tem em nosso governo, é inconcebível."

Trump não parou de fazer campanha ontem, afirmando, falsamente, que a covid-19 já tem cura. Também garantiu que os médicos lhe disseram que ele esteve perto de morrer no pior momento de seu tratamento contra o coronavírus, que deixou mais de 214 mil mortos nos EUA.

Tentando passar uma imagem de força, Trump se recusou a participar do debate programado para a próxima semana, depois que os organizadores o mudaram para um formato online.

A comissão encarregada de organizar os debates anunciou, posteriormente, o cancelamento do debate do dia 15, e haverá apenas um encontro presencial entre os dois antes das eleições, no dia 22 de outubro.

O cancelamento gerou uma série de acusações do lado republicano. O diretor de comunicação da campanha de Trump, Tim Murtaugh, disse que "não há razão médica para interromper" o debate de 15 de outubro.

Vantagem democrata

Biden lidera com folga as pesquisas de opinião e tem o apoio de mulheres e idosos, levando analistas a sugerirem com cada vez mais confiança uma vitória esmagadora do democrata. A doença de Trump intensificou as críticas ao presidente por sua atitude e por como lidou com a pandemia.

No campo republicano, a preocupação é cada vez mais palpável. Alguns estão abertamente alarmados com o desenrolar da campanha. "Se as pessoas estiverem aborrecidas no dia das eleições, poderíamos perder a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso", advertiu o senador republicano Ted Cruz.