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Obama se une a Biden e Trump se concentra na Pensilvânia na reta final da campanha

Eleição presidencial dos EUA será na terça-feira (3) - Jim Watson e Brendan Smialowski/AFP
Eleição presidencial dos EUA será na terça-feira (3) Imagem: Jim Watson e Brendan Smialowski/AFP

31/10/2020 13h58

Milwaukee, Estados Unidos, 31 Out 2020 (AFP) - Barack Obama unirá forças neste sábado a Joe Biden em Michigan, enquanto Donald Trump aposta no estado crucial da Pensilvânia, na reta final da campanha das eleições presidenciais dos Estados Unidos de 3 de novembro.

Pela primeira vez desde o início da campanha, o democrata Biden, de 77 anos, se unirá no palanque a seu ex-chefe e apoiador mais popular, o ex-presidente Obama.

Os dois participarão em comícios nas cidades de Flint e Detroit, Míchigan, onde Stevie Wonder deve ser o convidado musical da noite.

O republicano Trump, 74 anos, venceu neste estado industrial por margem ínfima de 0,2 ponto em 2016, mas este ano o ex-vice-presidente lidera as pesquisas com sete pontos de vantagem.

Isto coloca na dianteira para obter os 16 votos do estado no Colégio Eleitoral, uma quantidade considerável rumo aos 270 necessários para conquistar a Casa Branca.

Obama colocou na semana passada sua popularidade a serviço de Biden. Organizou vários atos em que criticou a resposta de Trump à pandemia de coronavírus, especialmente na Flórida e Pensilvânia.

Mas Trump, que minimiza os comícios de Obama, que considera muito menores que os seus, visitará a Pensilvânia neste sábado, para três comícios, sinal da importância do estado no Colégio Eleitoral.

Em 2016, o presidente venceu por pequena margem no estado da Pensilvânia, onde Biden nasceu, e levou os 20 votos.

Biden visitará seu estado natal no domingo e na segunda-feira, um sinal claro da importância do estado.

Milhões de votos antecipados

Trump e Biden fizeram campanha na sexta-feira no Meio Oeste, uma região que impulsionou o triunfo republicano em 2016.

O atual ocupante da Casa Branca está atrás do ex-vice-presidente Barack Obama por oito pontos, em média, nas pesquisas de intenção de voto nacionais, mas a vitória na terça-feira será definida em um punhado de estados onde a margem é muito menor.

Os dois candidatos visitaram vários deles, todos considerados "zonas vermelhas" da covid-19 pela célula de crise da Casa Branca, no mesmo dia em que os Estados Unidos registraram 94.000 novas infecções, um recorde pelo segundo dia consecutivo.

Trump, aparentemente alheio ao avanço do vírus, continua minimizando os riscos da doença.

"Se você for infectado, vai melhorar e depois ficará imune", garantiu Trump, de 74 anos, perto de Detroit, em um de seus comícios lotados, nos quais muitos simpatizantes não usavam máscaras.

"Só queremos voltar à normalidade", acrescentou.

O país, com quase 230.000 mortes provocadas pelo coronavírus, é o mais afetado do mundo pela pandemia e superou nove milhões de casos de contágios.

Os hospitais do país se preparam à medida que aumentam as infecções em quase todos os estados e ante a aproximação da temporada de gripe.

A pandemia devastou a economia e, apesar de alguns sinais de recuperação, milhões de pessoas continuam desempregadas.

Trump tenta vender os êxitos econômicos de sua presidência, incluindo os dados do crescimento do PIB publicados na quinta-feira.

Wall Street, porém, encerrou a pior semana e seu pior mês desde março pelo temor de que a recuperação econômica não será tão rápida como o imaginado.

E com os eleitores preocupados com os riscos para a saúde de comparecer a locais de votação lotados em 3 de novembro, um recorde de 86 milhões de americanos já votaram antecipadamente pelo correio ou de forma presencial.

Texas do vermelho para o azul?

A disputa eleitoral também chegou ao sudoeste do país na sexta-feira, com visitas do vice-presidente Mike Pence ao Arizona, e da companheira de chapa de Biden, Kamala Harris, ao Texas, outros dois estados-chave.

O Texas, um reduto tradicionalmente conservador e um disputado troféu que aporta 38 dos 270 votos necessários para vencer no Colégio Eleitoral, poderia surpreender trocando o vermelho dos republicanos pelo azul dos democratas, o que não acontece desde a vitória de Jimmy Carter em 1976.

Nove milhões de eleitores já votaram no Texas, superando o total de votos de toda a eleição de 2016 neste estado.

Mas Trump não pareceu preocupado. "No Texas vamos muito bem", disse.

Segundo a média das pesquisas da RealClearPolitics, Trump vence por apenas 2,3 pontos no Texas e a corrida está empatada no Arizona.