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Madri sofre geada histórica e tem mobilidade reduzida

 Pessoas caminham em rua coberta de neve após nevasca em Madri, na Espanha - Sergio Perez/Reuters
Pessoas caminham em rua coberta de neve após nevasca em Madri, na Espanha Imagem: Sergio Perez/Reuters

12/01/2021 13h41Atualizada em 12/01/2021 14h10

Madri, 12 Jan 2021 (AFP) - Após a nevasca do fim de semana, Madri viveu na madrugada desta terça-feira (12) uma histórica geada que está complicando a limpeza das ruas, repletas de pedras de gelo e com uma mobilidade mínima de veículos e pedestres.

A capital espanhola alcançou uma temperatura mínima de -10,8ºC, um recorde nos últimos 50 anos, segundo a agência de meteorologia estatal, AEMET.

"Continuamos em alerta", declarou o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska.

O centro da Espanha continua coberto pela neve da tempestade Filomena que deixou cinco mortos. Na província de Teruel, ao leste de Madri, os termômetros chegaram a 25,4 graus abaixo de zero, de acordo com a AEMET, que descreveu uma "madrugada gélida" com valores "históricos" e "claramente abaixo dos normais para a época em todo país".

"É possíviel que estejamos diante de uma das noitesmais frias de nosso país em muitas décadas", comentou Ruben del Campo, porta-voz da agência de metereologia.

O frio extremo petrificou a neve que caiu durante o fim de semana em Madri. Nesta terça-feira, tanto os funcionários da prefeitura como os moradores continuavam lutando para limpar as calçadas com pás, vassouras e sal grosso, juntando grandes montes de gelo.

As principais avenidas da capital foram abertas no domingo, com a ajuda do Exército.

Mas as ruas secundárias e até mesmo ruas muito comerciais permanecem impraticáveis, com milhares de árvores caídas, devido ao peso da neve, e um tráfego mínimo de veículos e de pessoas - uma cena lembra o primeiro confinamento da primavera (outono no Brasil), imposto à época para conter a pandemia do coronavírus.

O pequeno comércio sofre

O simples fato de caminhar pela rua é um perigo, devido à formação de películas de gelo no chão e aos sincelos que pairam ameaçadoramente nos prédios.

Desde segunda-feira, mais de 2.000 pessoas foram atendidas por traumatismos nas emergências dos hospitais madrilenos, que também precisam tratar os pacientes de covid-19.

A escassa circulação prejudica o pequeno comércio da cidade que, com os efeitos econômicos da pandemia, soma agora uma semana de atividade mínima.

Nos mercados, houve interrupções de abastecimento na segunda-feira, mas, nesta terça, a atividade foi retomada no Mercamadrid - grande plataforma logística de distribuição de alimentos frescos.

A geada noturna também deixou alguns prédios sem água corrente, constataram dois repórteres da AFP.

O Canal de Isabel II, empresa pública de gestão da água na região de Madri, informou ter atendido desde o fim de semana cerca de 2.000 incidências das 3.600 comunicadas, segundo o governo regional.

Nas escolas, as aulas presenciais foram suspensas por toda semana na região de Madri. Já no setor de transportes públicos, o metrô continua funcionando, e os ônibus urbanos retornaram às ruas hoje, afirmou a empresa pública EMT, destacando que dará prioridade às rotas que incluem parada nos hospitais.