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América Latina se aproxima de completar um milhão de mortos por covid-19

Cemitério em Manaus (AM) em meio à pandemia de coronavírus - Bruno Kelly/Reuters
Cemitério em Manaus (AM) em meio à pandemia de coronavírus Imagem: Bruno Kelly/Reuters

Da AFP, em Madri

21/05/2021 10h38Atualizada em 21/05/2021 11h19

Nas próximas horas desta sexta-feira (21), a América Latina, que conta mais de 31,4 milhões de casos de covid-19, provavelmente vai ultrapassar o número simbólico de um milhão de mortos pela doença.

O vírus apareceu na região pela primeira vez em 26 de fevereiro de 2020, na cidade de São Paulo. Quase 90% das mortes registradas no continente estão distribuídas entre cinco países que representam 70% de sua população: Brasil, México, Colômbia, Argentina e Peru.

Com quase 445 mil mortos, o Brasil continua lutando contra o vírus, em um momento em que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é investigado por sua gestão da crise de saúde.

"Quantas vidas poderiam ter sido sido salvas?", questionou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a pandemia, que iniciou sua investigação há três semanas.

Segundo país mais afetado do continente, com mais de 221 mil mortes, o México apresentou uma queda nos últimos dias. Como siinal dessa melhora, as aulas serão retomadas na Cidade do México a partir de 7 de junho.

Em nível global, o coronavírus deixa mais de 3,4 milhões de mortos no mundo, conforme o último balanço da AFP divulgado hoje.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta sexta que a sobremortalidade causada pela pandemia é até três vezes maior que as mortes atribuídas à covid-19 desde que os primeiros casos foram detectados na China, no final de 2019.

No ano passado, a covid-19 provocou ao menos três milhões de mortes diretas, ou indiretas. De acordo com a OMS, no entanto, o balanço oficial de mortes atribuídas ao vírus em 2020 gira em torno de 1,8 milhão.

"Isso corresponde às estimativas semelhantes, que previam que o número total de óbitos foi ao menos entre duas e três vezes maior" que o balanço oficial de mortos por covid-19, afirmou a vice-diretora-geral responsável pelos dados na OMS, Samira Asma.

Espanha retoma turismo em junho

Segundo destino turístico mundial antes da pandemia, a Espanha vai autorizar a entrada, a partir de 7 de junho, de todas as pessoas já vacinadas contra o coronavírus.

"A partir de 7 de junho, todas as pessoas vacinadas e suas famílias também serão bem-vindas ao nosso país, Espanha, independentemente de seu lugar de origem", anunciou o chefe do governo, Pedro Sánchez, nesta sexta.

A partir da próxima segunda-feira, 24 de maio, a Espanha também permitirá que os britânicos, o maior contingente turístico em tempos normais, visitem o país "sem restrições e sem requisitos sanitários", acrescentou Sánchez.

A expectativa é atrair cerca de 45 milhões de turistas estrangeiros em 2021, metade do que recebia no período pré-pandemia.

O retorno às praias espanholas é importante para o país, que tem no setor turístico 14% de seu PIB.

Milhões de doses prometidas

Na Europa, a Alemanha relaxou suas restrições e já autoriza tomar uma cerveja, ir à piscina, ou ao cinema, assim como a Noruega, onde os bares poderão vender álcool até meia-noite.

Uma situação que contrasta com a da Índia, onde à onda de coronavírus — mais de 291.300 mortes no total — soma-se agora outra epidemia, a de mucormicose. É uma infecção fúngica rara, que está-se espalhando a um ritmo alarmante, especialmente entre os convalescentes de covid-19.

Na África, um estudo publicado pela revista médica The Lancet revelou — apesar da dificuldade de se coletar dados exaustivos — que os pacientes graves de covid-19 morrem mais neste continente do que em outros, provavelmente devido à falta de instalações de cuidados críticos.

À frente da vacinação, a União Europeia (UE) anunciou nesta sexta-feira que repassará 100 milhões de doses de imunizante contra a covid-19 para os países mais pobres do mundo.

Além disso, os laboratórios Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson prometeram 3,5 bilhões de doses para estes países entre 2021 e 2022, durante uma reunião do G20.

Agora com dez departamentos em estado de emergência sanitária, o Japão aprovou, nesta sexta-feira, as vacinas da Moderna e da AstraZeneca, apesar das hesitações sobre esta última.