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Hamas diz que não desviará 'nem um centavo' da ajuda internacional enviada a Gaza

Família palestina caminha por ruas de Gaza após cessar-fogo - Suhaib Salem/Reuters
Família palestina caminha por ruas de Gaza após cessar-fogo Imagem: Suhaib Salem/Reuters

Da AFP, em Gaza

26/05/2021 11h58Atualizada em 26/05/2021 12h28

O movimento islamita Hamas garantiu nesta quarta-feira (26) "não desviará nem um centavo" da ajuda internacional para a reconstrução da Faixa de Gaza, prometendo um processo "transparente e imparcial", após um conflito com Israel que devastou o enclave.

Em 21 de maio entrou em vigor uma trégua entre o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e Israel, depois de 11 dias de conflito que cobrou a vida de mais de 250 pessoas — a maioria civis palestinos.

Os esforços diplomáticos para consolidar este frágil cessar-fogo e para ajudar a reconstruir a Faixa de Gaza estão se intensificando, onde muitas construções foram pulverizadas e a infraestrutura danificada pelos ataques israelenses.

"Damos as boas-vindas a qualquer esforço internacional ou árabe para reconstruir a Faixa de Gaza", disse nesta quarta-feira o chefe do gabinete político de Gaza, Yahya Sinouar, em coletiva de imprensa.

"Afirmo o nosso compromisso de não tomar nem um centavo destinado à reconstrução e às operações humanitárias, nunca tomamos um centavo no passado", afirmou o líder.

Na terça-feira em Jerusalém, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em uma viagem pelo Oriente Médio, disse querer evitar que o Hamas, uma organização considerada terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, "se beneficie" da ajuda para a reconstrução de Gaza.

Israel, que submete a Faixa de Gaza a um rígido bloqueio terrestre e marítimo há quase 15 anos, acusa o grupo armado de ter desviado a ajuda internacional para fins militares e que quer um "mecanismo" internacional para evitar que o dinheiro passe pelo Hamas.

De 10 a 21 de maio, 254 palestinos morreram pelos ataques israelenses na Faixa de Gaza, incluindo 66 crianças, segundo as autoridades locais.

Em Israel, o lançamento de foguetes de Gaza matou 12 pessoas, entre elas uma criança, uma adolescente e um soldado.