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Vladimir Putin acusa EUA de envolvimento em incidente no Mar Negro

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a 75ª Assembleia Geral da ONU, em 2020 - Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante a 75ª Assembleia Geral da ONU, em 2020 Imagem: Mikhail Klimentyev/Sputnik/AFP

Da AFP, em Moscou

30/06/2021 11h59Atualizada em 30/06/2021 12h29

O presidente russo Vladimir Putin acusou, nesta quarta-feira (30), os Estados Unidos de estarem envolvidos no incidente na semana passada no Mar Negro com um navio da Marinha britânica, o que classificou como uma "provocação".

A Rússia afirmou ter realizado em 23 de junho disparos de advertência em direção ao destróier britânico "HMS Defender", para obrigá-lo a abandonar o que considera suas águas territoriais, na península da Crimeia, anexada em 2014.

Londres, que negou que este navio tivesse sido alvo da ofensiva russa, afirma que realizou uma "passagem inofensiva pelas águas territoriais ucranianas" e, portanto, agiu de forma "totalmente correta".

"Foi uma provocação!", afirmou Putin nesta quarta-feira, durante a sessão anual de perguntas e respostas com a população russa.

"Não participaram apenas os britânicos, os americanos também", continuou o presidente russo, afirmando que Moscou avistou na região nesse mesmo dia do incidente um "avião de reconhecimento dos EUA".

"Por que fazer isso? Por que demonstrar que não reconhecem a Crimeia (como russa)? Não a reconhecem, mas por que provocar?", acrescentou.

A Rússia afirma que realizou disparos de advertência naquele dia a partir de um navio patrulheiro de fronteiras e que realizou um "bombardeio de precaução ao longo do trajeto do destróier", usando um avião Su-24M.

"Mesmo que tivéssemos afundado este navio, o mundo não estaria à beira da Terceira Guerra Mundial, porque quem está fazendo isso sabe que não poderia ser o vencedor desta guerra", acrescentou.

O confronto russo-britânico no Mar Negro ocorreu alguns dias antes do início das manobras militares Sea Breeze 2021, nas quais participam, entre outros países, Ucrânia e Estados Unidos, que são vistos com desconfiança por Moscou.

O incidente aconteceu em frente às costas da Crimeia, onde a Rússia possui uma grande base naval e cujas águas foram palco de episódios parecidos no passado.