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Covid: Com avanço da cepa delta, Rússia registra novo recorde de mortos em 24 h

29.jun.2021 - Pessoas fazem fila para receber a vacina Sputnik V contra a covid-19, em Moscou, na Rússia - Dimitar Dilkoff/AFP
29.jun.2021 - Pessoas fazem fila para receber a vacina Sputnik V contra a covid-19, em Moscou, na Rússia Imagem: Dimitar Dilkoff/AFP

Da AFP, em Moscou

06/07/2021 09h16Atualizada em 06/07/2021 10h50

A Rússia anunciou hoje que foram registradas 737 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, um recorde desde o início da pandemia neste país agora castigado pela variante delta, com alta transmissibilidade.

É a primeira vez que a Rússia, o quinto país mais afetado do mundo em número de casos, supera a marca de 700 óbitos diários por coronavírus. O país também registrou 23.378 novos casos em 24 horas, os números mais altos desde meados de janeiro, momento em que saía de uma segunda onda.

Desde o início da epidemia, a Rússia acumula mais de 5,6 milhões de casos de contágio.

Nos últimos oito dias, o país estabeleceu seis recordes de mortalidade.

Sua luta contra o vírus se complica, em meio a uma campanha de imunização que conta com a baixa adesão de uma desconfiada população.

Lançada em dezembro, apenas 26,1 milhões dos 146 milhões de russos foram se vacinar, ou seja, pouco menos de 18% da população. Destes, 18,2 milhões (12,5%) receberam as duas doses. A informação é do site Gogov, que agrega os dados das regiões e da imprensa, diante da falta de estatísticas oficiais.

A população se mantém cética em relação às vacinas. De acordo com uma pesquisa do instituto independente Levada divulgada esta semana, 54% dos russos não planejam se vacinar.

Em várias regiões do país, incluindo Moscou, as autoridades têm tomado medidas para estimular a população a se vacinar. Entre elas, foi criado e implementado um "passe sanitário" para ir a restaurantes.

O prefeito da capital, Sergei Sobianin, também determinou que 60% dos trabalhadores do setor de serviços sejam vacinados até meados de agosto, sob pena de suspender os que se recusarem a fazê-lo.

O Kremlin reconheceu que não conseguiu atingir sua meta de 60% de vacinação até agosto, mas, ainda assim, mantém sua recusa a adotar qualquer confinamento nacional. O objetivo seria preservar uma já frágil economia.

A pandemia deixou 139.316 mortos na Rússia, de acordo com números oficiais. A agência de estatística Rosstat, que tem uma definição mais ampla das mortes relacionadas ao coronavírus, contabiliza 270 mil óbitos até o final de abril.