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Opas denuncia 'aumentos dramáticos' de casos de covid-19 em Cuba

Taxista dirige carro americano antigo pelas ruas de Havana, em Cuba, com máscara no rosto para proteção contra o covid-19 - Yamil Lage/AFP
Taxista dirige carro americano antigo pelas ruas de Havana, em Cuba, com máscara no rosto para proteção contra o covid-19 Imagem: Yamil Lage/AFP

21/07/2021 17h28

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirmou, nesta quarta-feira (21), que Cuba registrou "aumentos dramáticos" de casos de covid-19 em algumas províncias na última semana, mas esclareceu que a ilha caribenha já apresentava um aumento de contágios antes das recentes manifestações de rua.

"No Caribe, os casos de covid-19 e as mortes estão aumentando em Cuba, onde muitas províncias informam aumentos dramáticos de novas infecções", disse em coletiva de imprensa a diretora da Opas, Carissa Etienne.

Ela acrescentou que a situação é "especialmente aguda" na turística província de Matanzas, onde está Varadero, o principal balneário de Cuba.

O diretor de Emergências em Saúde da Opas, Ciro Ugarte, informou que Cuba registrou o maior número de casos semanais em todo o país desde o início da pandemia em março de 2020.

"Foram notificados mais de 43.000 casos, o que representa um aumento de 21% (em relação à semana anterior), com uma média de 6.199 casos diários", afirmou, destacando a circulação da variante Delta "em várias províncias do país".

As províncias que informaram mais casos de covid-19 são Matanzas, Ciego de Ávila, Cienfuegos, Guantánamo, Mayabeque, Santiago de Cuba, Villa Clara e Sancti Spíritus.

"É uma situação preocupante", afirmou. "A incidência de covid-19 em Cuba ainda está no nível mais alto".

No entanto, não vinculou este pico às manifestações populares que explodiram em 11 de julho em cerca de 40 cidades de Cuba.

"O número de casos em Cuba aumentou antes dos recentes protestos", enfatizou.

A Opas - escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) - vem apontando nas últimas semanas um agravamento da situação sanitária em Cuba devido à covid-19.

Cuba não aderiu ao programa de distribuição global de vacinas Covax, patrocinado pela OMS e administrado pela Opas na América Latina. Entretanto, começou a imunizar sua população em meados de maio com duas vacinas candidatas desenvolvidas na ilha.

Ugarte disse que até 17 de julho, cerca de 3,3 milhões de pessoas receberam ao menos a primeira dose das vacinas candidatas Abdala ou Soberana, administradas no âmbito das intervenções sanitárias autorizadas.

"Isso é aproximadamente 30% da população, portanto ainda é um nível baixo", afirmou, insistindo no cumprimento de todas as medidas de saúde pública recomendadas para evitar a propagação do vírus.

As autoridades cubanas planejam vacinar 70% de sua população em agosto.