Topo

Esse conteúdo é antigo

EUA e Rússia têm reunião discreta em Genebra para estabilizar relação

16.jun.2021 - Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden (à esq.), e da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro bilateral em Genebra, na Suíça - Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS
16.jun.2021 - Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden (à esq.), e da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro bilateral em Genebra, na Suíça Imagem: Sputnik/Mikhail Metzel/Pool via REUTERS

28/07/2021 11h41Atualizada em 28/07/2021 12h29

Rússia e Estados Unidos continuam, nesta quarta-feira (28), em Genebra, o diálogo estratégico iniciado às margens do Lago de Genebra em junho entre seus presidentes Vladimir Putin e Joe Biden, respectivamente, para tentar estabilizar uma relação muito degradada.

A reunião, que acontece a portas fechadas, começou nesta madrugada. As delegações são lideradas pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, e por sua homóloga do Departamento de Estado americano, Wendy Sherman.

A delegação americana divulgou duas fotografias. Em uma delas, vê-se Wendy Sherman e Serguei Riabkov se cumprimentando com os cotovelos, diante de uma bandeira americana e de uma russa. Na outra, os dois diplomatas aparecem de máscara, frente a frente.

Sherman usa um grande broche dourado na lapela direita da jaqueta - um pássaro grande com as asas abertas - que remete às joias usadas, a seu momento, por Madeleine Albright, secretária de Estado do governo Bill Clinton.

Russos e americanos reduziram as expectativas para esta reunião, que não deve resultar em grandes anúncios. Um dos assuntos sensíveis a serem abordados é o controle de armas.

"Com esse diálogo, buscamos lançar as bases para futuras medidas de controle de armas e de redução de riscos", explicou o Departamento de Estado americano no comunicado que anunciou o encontro.

Para Riabkov, trata-se de determinar se os americanos " são sérios em sua vontade de estabelecer um diálogo centrado e enérgico sobre a estabilidade estratégica".

Ele advertiu, porém: "Eu não poria a lista das expectativas alto demais".

Tensões

Esse encontro acontece em um contexto de tensão. Os Estados Unidos ameaçaram agir, caso a Rússia não ponha fim à onda de ciberataques que, segundo Washington, têm origem, em grande parte, em seu território.

A Rússia, que nega qualquer envolvimento com estes ataques, acolheu favoravelmente os esforços de Biden para que as relações sejam mais previsíveis.

Na terça-feira (27), porém, em um discurso aos serviços de Inteligência, Biden acusou a Rússia de buscar interferir nas eleições de meio de mandato de 2022, quando serão eleitos congressistas, governadores e outros cargos locais.

"É uma violação pura e simples da nossa soberania", disse o presidente, para quem seu homólogo russo "tem um problema real, é o chefe de uma economia que tem armas nucleares e poços de petróleo e nada mais".

"Ele sabe que está com problemas e, na minha opinião, isso o torna ainda mais perigoso", completou.

Durante a cúpula de 16 de junho, os dois presidentes insistiram na necessidade de dialogar, já que, mesmo nos piores momentos da Guerra Fria, Moscou e Washington mantiveram contato para evitar uma escalada perigosa.

O pesquisador russo Andrey Baklitskiy, do Moscow State Institute of International Relations, acredita que a criação de grupos de trabalho será um indício interessante, pois mostrará as prioridades de ambas as partes e como o encontro transcorreu.