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Incêndios florestais na Grécia chegam ao 11º dia e já deixam 2 mortos

Helicóptero despeja água sobre área incendiada em uma floresta próximo a Malakasa, ao norte de Atenas (Grécia) - Louisa Gouliamaki/AFP
Helicóptero despeja água sobre área incendiada em uma floresta próximo a Malakasa, ao norte de Atenas (Grécia) Imagem: Louisa Gouliamaki/AFP

07/08/2021 07h08Atualizada em 07/08/2021 12h22

Atenas, 7 Ago 2021 (AFP) - Os devastadores incêndios florestais continuavam hoje a queimar superfícies recordes de florestas na Grécia, pelo 11º dia consecutivo, durante este "verão de pesadelo", enquanto as queimadas na vizinha Turquia pareciam diminuir.

Dos dois lados do Mar Egeu, milhares de turistas e moradores deixaram as localidades evacuadas nos últimos dias, muitos deles por mar, por causa das chamas alimentadas pelas altas temperaturas.

Uma densa nuvem de fumaça e cinzas caiu sobre Atenas, enquanto os incêndios florestais —que já mataram duas pessoas— ganhavam terreno em várias partes da Grécia, impulsionados, em alguns lugares, pelos ventos.

Em contraste, na Turquia a situação parece melhorar como resultado das chuvas na costa turca.

Pelo menos 1.450 bombeiros gregos, auxiliados por reforços de outros países, incluindo 15 aeronaves, continuavam uma batalha feroz contra cinco grandes incêndios ao norte de Atenas, na ilha de Eubeia, 200 km a leste da capital, e três incêndios na península do Peloponeso, no oeste, informaram os bombeiros.

As chamas devem continuar devido aos fortes ventos e temperaturas de até 38ºC previstos em algumas regiões. As autoridades gregas contabilizaram 154 incêndios, 64 dos quais ainda ativos, na noite de ontem.

"Quando este verão de pesadelo acabar, vamos reparar todos os danos o mais rápido possível", garantiu o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis ao visitar o Corpo de Bombeiros de Atenas, antes de prometer que "será dada prioridade ao reflorestamento das áreas queimadas".

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Incêndio florestal se aproxima de áreas resideinciais e provoca estragos no vilarejo de Kyrynthos, no norte da ilha de Eubeia
Imagem: Sotiris Dimitropoulos/AFP

Fumaça densa e odor acre

Ao norte de Atenas, o fogo continua a avançar para o leste e para o Lago Marathon, a maior reserva de água da capital, depois de ter causado a evacuação de uma dezena de cidades.

A fumaça densa e seu odor acre se espalharam pela capital durante a noite. A rodovia que liga Atenas ao norte do país permanece fechada por precaução, enquanto os campos de imigrantes próximos foram evacuados.

A polícia prendeu ontem duas pessoas acusadas de suposto incêndio criminoso, segundo a agência de notícias grega ANA.

Na ilha de Eubeia, mais de 1.300 pessoas foram resgatadas de barco durante a noite da cidade costeira de Limni, cercada por chamas.

Mais de 20 pessoas foram socorridas esta manhã da praia de Rovies, também nesta ilha no leste do país, segundo a mídia grega.

As autoridades locais pediram mais apoio aéreo para combater eficazmente o incêndio violento em Eubeia.

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Moradores embarcam em balsa para evacuar a ilha de Eubeia por causa dos incêndios florestais na região
Imagem: Sotiris Dimitropoulos/Eurokiniss/Reuters

Na península do Peloponeso, centenas de hectares foram queimados a leste do sítio arqueológico de Olímpia e nas regiões de Mani e Messinia.

"O incêndio queimou mais de quinze aldeias" no leste de Mani, de acordo com a prefeita Eleni Drakoulakou, denunciando a falta de recursos aéreos. "Estávamos perdidos, enquanto um helicóptero teria resolvido em duas horas", disse à ERT TV.

Mais de 5.000 residentes e turistas foram forçados a fugir da catástrofe de Mani, onde a prefeita Eleni Drakoulakou estimou que 50% da região turística montanhosa do leste foi queimada.

Recorde de áreas queimadas na Grécia

Em 5 de agosto, as áreas queimadas na Grécia já haviam excedido a média do período 2008-2020 em 180%, de acordo com dados da Rede Europeia de Informação sobre Incêndios Florestais.

E isso sem contar as estimativas para 5 e 6 de agosto estabelecidas em mais de 15 mil hectares devastados, segundo o jornal Kathimerini.

Até este momento em 2021, os incêndios destruíram mais florestas e pinhais do que nos três anos sucessivos de 2017 a 2020, informou neste sábado Andrianos Gourbatsis, ex-chefe dos bombeiros gregos, no site Ethnos.

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Bombeiro tenta apagar chamas de incêndio florestal em área no subúrbio de Thrakomakedones, ao norte de Atenas
Imagem: Alexandros Avramidis/Reuters

Um relatório preliminar da ONU, ao qual a AFP teve acesso, qualifica a área do Mediterrâneo como um "'ponto quente' das mudanças climáticas".

As chuvas providenciais que caíram no sudoeste da Turquia ajudaram a melhorar a situação na região de Antalya.

De acordo com as autoridades locais, os incêndios agora estão sob controle, inclusive em Manavgat, onde continua a chover.