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Biden acusa China de reter 'informação crucial' sobre origens da covid-19

"A República Popular da China continua rejeitando os apelos à transparência", criticou o presidente dos EUA - Pool/Getty Images via AFP
"A República Popular da China continua rejeitando os apelos à transparência", criticou o presidente dos EUA Imagem: Pool/Getty Images via AFP

27/08/2021 17h23Atualizada em 27/08/2021 18h55

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou nesta sexta-feira (27) a China de reter "informação crítica" sobre a origem do coronavírus, que parou o mundo e matou quase 4,5 milhões de pessoas, após a publicação de um relatório de Inteligência americana.

"Existe informação crucial sobre as origens desta pandemia na República Popular da China, mas desde o princípio, os funcionários do governo chinês têm trabalhado para evitar que os pesquisadores internacionais e membros da comunidade de saúde pública mundial tenham acesso a ela", disse Biden em um comunicado.

Até o dia de hoje, a República Popular da China continua rejeitando os apelos à transparência e retendo informação, inclusive quando o número de vítimas desta pandemia continua aumentando.
Joe Biden, presidente dos EUA

Quase 4,5 milhões de pessoas morreram de covid-19 desde que o escritório da Organização Mundial da Saúde na China relatou o primeiro caso da doença em dezembro de 2019.

O relatório confidencial foi entregue na terça-feira (24) a Biden, que deu aos serviços de inteligência americanos 90 dias para "redobrar seus esforços" para explicar a origem da covid-19.

O coronavírus não foi desenvolvido "como uma arma biológica" e "provavelmente" não foi projetado "geneticamente", concluiu o relatório, de acordo com o resumo divulgado. Mas a comunidade de inteligência americana continua dividida sobre se o primeiro caso foi causado por exposição natural a um animal infectado ou por um acidente de laboratório.

Especificamente, quatro agências de inteligência e o Conselho Nacional de Inteligência acreditam com "um baixo grau de confiança" que a hipótese animal é a mais "provável".

Para justificar sua avaliação, os órgãos competentes contam em particular com "os muitos vetores de exposição a animais" que existem, bem como com a ignorância da China sobre a existência do vírus antes de seu aparecimento.

"A comunidade de inteligência dos EUA acredita que as autoridades chinesas não tinham conhecimento prévio do vírus antes do início da epidemia", diz o resumo.

No entanto, outra agência de inteligência considera com "um nível moderado de confiança" que a tese de um vazamento de laboratório é a mais plausível, "provavelmente" por meio de experimentos, manuseio de animais ou amostras do Instituto de Virologia de Wuhan".

Finalmente, outras três agências não comentam sobre uma ou outra das hipóteses.

Os serviços de inteligência são considerados "incapazes de fornecer uma explicação mais definitiva" da origem do coronavírus sem "novas informações" fornecidas pela China, de acordo com o resumo do relatório divulgado.