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Presidente do Peru nega à OEA que seu governo seja 'comunista'

Pedro Castillo assumiu presidência do Peru em julho deste ano após derrotar Keiko Fujimori - Ricardo Moreira/Getty Images
Pedro Castillo assumiu presidência do Peru em julho deste ano após derrotar Keiko Fujimori Imagem: Ricardo Moreira/Getty Images

20/09/2021 15h19

O presidente do Peru, o esquerdista Pedro Castillo, negou nesta segunda-feira (20) perante o Conselho Permanente da OEA que seu governo seja "comunista" e que vá realizar expropriações, enquanto fez um apelo ao capital estrangeiro para investir em seu país.

"Nós não somos comunistas, não viemos expropriar ninguém, afugentar os investimentos, ao contrário, chamamos os grandes investidores", disse Castillo durante uma sessão presidida pelo secretário-geral da OEA, Luis Almagro.

"Fomos estigmatizados por pedir mudanças estruturais, em sintonia com o povo", acrescentou após reiterar que não é comunista, uma correção que já tinha feito na campanha eleitoral ante seus adversários de direita pelas críticas que fazia ao modelo de economia de mercado.

O presidente do Conselho Permanente e embaixador peruano, Harold Forsyth, convocou a sessão feita de forma virtual e semipresencial por ocasião da visita de Castillo à sede da OEA em Washington.

O presidente defendeu que a OEA "seja verdadeiramente um espaço claramente equitativo, social, onde se garantam os direitos humanos, se fale de uma verdadeira democracia e igualdade de oportunidades, sem discriminações".

Almagro saudou anteriormente a visão social de Castillo, destacando que se trata "do primeiro presidente camponês do Peru".

Castillo é o primeiro presidente peruano sem parentesco com as elites política, econômica e cultural. Ele chegou à Presidência como candidato do Peru Livre, um pequeno partido regional marxista leninista, em uma vitória que foi uma surpresa geral.

O presidente peruano iniciou nesta segunda-feira em Washington a segunda etapa de uma curta visita ao exterior que começou no México, onde participou da cúpula da Celac. Na terça, participará da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e se reunirá com os diretores do FMI e do Banco Mundial.

Castillo, um professor rural e sindicalista de 51 anos, assumiu o cargo em julho, após vencer a adversária direitista Keiko Fujimori em uma apertada eleição, que ela questionou perante a OEA.

Uma missão de observadores da OEA disse em um relatório que as eleições foram limpas e apoiaram o trabalho das autoridades eleitorais peruanas.

Fujimori obteve 49,87% dos votos contra 50,12% de Castillo.