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Presidente francês recebe chefe da diplomacia dos EUA após crise dos submarinos

O presidente da França, Emmanuel Macron, teve um longa reunião em Paris com o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken - Thomas Samson/Reuters
O presidente da França, Emmanuel Macron, teve um longa reunião em Paris com o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken Imagem: Thomas Samson/Reuters

05/10/2021 16h18

Paris, 5 Out 2021 (AFP) - O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu nesta terça-feira (5) em Paris o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, para preparar as "decisões concretas" para superar a crise dos submarinos entre os dois aliados.

A longa reunião em Paris, que não estava prevista na agenda, deve "contribuir para restaurar a confiança entre França e Estados Unidos", após essa inédita crise que começou em meados de setembro, informou o Eliseu.

O anúncio de uma aliança estratégica no Indo-Pacífico entre Estados Unidos, Austrália e Reino Unido para contra-atacar a China, que envolveu a anulação da compra por Canberra de submarinos franceses, desencadeou a ira de Paris.

A França convocou seus embaixadores na Austrália e nos Estados Unidos para consultas, mas após uma conversa com o presidente americano Joe Biden para reduzir a tensão, Macron decidiu o retorno de seu embaixador para Washington.

Segundo a Presidência francesa, com a reunião com Blinken, ambos os países "continuam com seus esforços de coordenação nos grandes desafios de interesse comum, seja na cooperação UE-Otan, no Sahel ou no Indo-Pacífico".

Uma fonte diplomática francesa assegurou que os americanos levam a sério a irritação do aliado e não se limitam a uma "terapia de abraços".

De acordo com um alto funcionário americano, houve um consenso sobre "reforçar a coordenação" entre os dois países, embora "seja muito difícil identificar as decisões concretas" a serem tomadas na cúpula entre ambos os presidentes em outubro na Europa.

A visita do chefe da diplomacia americana em Paris foi menos calorosa que no passado. Seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian, mal falou com ele devido ao seu encontro anterior na chancelaria.

Para mostrar que a França não está isolada, Le Drian conversou na segunda-feira com seus pares da Alemanha, Espanha e Polônia, assim como com o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

"Essa crise coloca em jogo os interesses de todos os europeus sobre o funcionamento de nossas alianças e o compromisso dos europeus no Indo-Pacífico", segundo uma fonte diplomática francesa.

O chefe da diplomacia americana também deve participar nesta terça e quarta-feira de uma reunião ministerial da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) em Paris, antes de viajar ao México em 8 de outubro.