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Trump ataca Colin Powell após sua morte e ironiza cobertura da mídia

4.jan.2021 - O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante ato de apoiadores em Dalton, na Geórgia - Mandel Ngan/AFP
4.jan.2021 - O então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante ato de apoiadores em Dalton, na Geórgia Imagem: Mandel Ngan/AFP

19/10/2021 13h16

O ex-presidente americano Donald Trump atacou nesta terça-feira (19) o falecido Colin Powell, ex-chefe da diplomacia dos Estados Unidos, descrevendo-o como um republicano desleal que apoiou a invasão ao Iraque em 2003 com base em evidências falsas.

Powell, um herói da guerra que se tornou o primeiro secretário de Estado negro dos Estados Unidos, foi um crítico ferrenho do ex-presidente e inclusive pediu sua renúncia depois do ataque de 6 de janeiro ao Capitólio por parte dos apoiadores de Trump.

"É maravilhoso ver Colin Powell, que cometeu grandes erros no Iraque e nas famosas chamadas armas de destruição em massa, ser tratado na morte com tanta beleza pelos veículos de notícias falsas. Espero que isso aconteça comigo algum dia", disse Trump em nota.

Powell, um general de quatro estrelas aposentado, morreu na segunda-feira aos 84 anos por complicações da covid-19.

"Era um RINO (Republican In Name Only, "republicano só de nome" em tradução livre) clássico, sempre o primeiro a atacar outros republicanos. Cometeu muitos erros, mas de qualquer maneira, que descanse em paz!", escreveu Trump.

Desde 2008, Powell, ex-membro do governo do republicano George W. Bush, apoiou os democratas à Casa Branca: duas vezes Barack Obama e depois Hillary Clinton e Joe Biden.

Powell admitiu que foi "uma mancha" em sua carreira seu discurso de fevereiro de 2003 no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual defendeu a suposta existência de armas de destruição em massa no Iraque, alegação que depois se mostrou falsa.

Não é a primeira vez que Trump ataca um falecido ilustre. Após a morte do senador John McCain em 2018, Trump continuou desacreditando o republicano do Arizona, que também estava entre seus maiores críticos.

Em um discurso sete meses depois, Trump disse que deu a McCain "o funeral que queria e não recebeu nem um 'obrigado'". Trump não foi convidado ao funeral.