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Ao menos dez dissidentes das Farc morrem em confrontos com militares na Colômbia

Apesar de a maioria das Farc ter se desarmado após o processo de paz de 2016, cerca de 13.000 homens e mulheres continuaram operando em regiões afastadas do país - Federico Rios Escobar/The New York Times
Apesar de a maioria das Farc ter se desarmado após o processo de paz de 2016, cerca de 13.000 homens e mulheres continuaram operando em regiões afastadas do país Imagem: Federico Rios Escobar/The New York Times

21/10/2021 21h57

Bogotá, 22 Out 2021 (AFP) - Ao menos dez dissidentes da extinta guerrilha das Farc morreram em confrontos com militares no sudoeste da Colômbia, informou o exército nesta quinta-feira (21).

O general Jonh Jairo Rojas disse que pelotões de soldados mantiveram "intensos combates" com os insurgentes no Cânion de Micay, localizado no departamento (estado) do Cauca.

"Fala-se (de) mais de (...) 10 mortos" da frente dissidente Carlos Patiño, disse o militar em um vídeo compartilhado com a imprensa.

O comandante da Terceira Brigada acrescentou que também participaram dos combates membros do Exército de Libertação Nacional (ELN), embora não tenham sido registradas baixas nesta guerrilha.

Na região, próxima do município de López, no Cauca, guerrilheiros dos dois grupos disputam violentamente a receita do narcotráfico devido à sua proximidade com a costa do Pacífico.

Os ex-membros das Farc que não depuseram as armas e os membros do ELN "continuam com a disputa destes corredores de mobilidade que levam para o Pacífico (...), e os usam para levar cloridrato de cocaína para o exterior", acrescentou Rojas.

Apesar de a maioria das Farc ter se desarmado após o processo de paz de 2016, cerca de 13.000 homens e mulheres continuaram operando em regiões afastadas do país.

A fundação independente Indepaz estima que os dissidentes somem 5.200 combatentes, a maioria (85%) novos recrutas.

Sem um comando unificado, estas estruturas mantêm vivo o conflito armado que dura mais de seis décadas em regiões que não foram ocupadas pelo Estado após o histórico acordo.

O ministro da Defesa, Diego Molano, estima que os principais líderes pretendam ampliar suas fileiras a 8.000 integrantes mediante o recrutamento forçado.

O ELN, última guerrilha reconhecida do país, tem 2.450 combatentes.

O exército acusa esses grupos de ser responsáveis por múltiplos homicídios e deslocamentos em massa na região.

No país que é o principal produtor de cocaína do mundo, o Cauca é um dos departamentos com mais hectares (16.544) de coca semeadas, segundo a ONU.