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Embaixador afegão na China se demite após não receber salário do Talibã

15.set.2021 - Membros do Talibã fazem patrulha em posto de controle de Kunduz, no norte do Afeganistão - Ajmal Kakar/Xinhua
15.set.2021 - Membros do Talibã fazem patrulha em posto de controle de Kunduz, no norte do Afeganistão Imagem: Ajmal Kakar/Xinhua

Da AFP

10/01/2022 12h02Atualizada em 10/01/2022 12h16

O embaixador afegão em Pequim publicou nesta segunda-feira (10) no Twitter sua carta de demissão após seis meses sem receber dinheiro do novo governo talibã em Cabul.

Javid Ahmad Qaem, que deixou as chaves em seu escritório e o dinheiro na conta, afirma que um funcionário local responderá às demandas depois que todos os diplomatas foram embora. Ele mesmo não deu nenhuma indicação de seu destino.

"Como não recebemos nenhum salário de Cabul durante os últimos seis meses, formamos um comitê com os diplomatas para resolver os problemas financeiros", explicou em sua carta ao Ministério das Relações Exteriores afegão.

Seu sucessor, por outro lado, encontrará dinheiro na conta.

"No dia de hoje, 1º de janeiro de 2022, ainda há cerca de 100.000 dólares na conta", escreveu, indicando que deixou as chaves dos cinco carros da embaixada em seu escritório.

"Acredito que quando a nova pessoa que nomearam, o senhor Sadaat, chegar em Pequim, não restarão diplomatas" na missão, acrescentou em outro tuíte, dizendo que a China foi "devidamente informada".

A embaixada afegã em Pequim parecia estar aberta como de costume nesta segunda-feira à tarde. Não está claro onde seu sucessor está agora ou quem o nomeou.

O Afeganistão, onde o desemprego e a inflação estão em alta, vive uma situação financeira difícil.

Muitas embaixadas afegãs no mundo também estão em uma posição incômoda, lideradas por diplomatas leais ao antigo governo pró-Ocidente derrubado pelos talibãs.

O novo governo, que não é reconhecido oficialmente por nenhum país, não nomeou novos representantes para a maioria dessas missões.