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Biblioteca parque pioneira do país comemora seis anos de funcionamento

Paulo Virgílio

29/04/2016 22h00

Projeto pioneiro no Brasil, a Biblioteca Parque de Manguinhos, na zona norte do Rio, comemorou seis anos de funcionamento com uma variada programação cultural, que se estendeu por toda a tarde de hoje (29). Construída em parceria do governo do estado com a  União, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a biblioteca atende a um total de 16 comunidades da região, que somam cerca de 100 mil habitantes.

O projeto foi inspirado em unidades semelhantes das cidades de Medellín e Bogotá, na Colômbia. As bibliotecas parque têm como proposta a integração com a comunidade e a promoção da cultura, por meio do incentivo à leitura e ao conhecimento.

Ao longo desses seis anos, a Biblioteca de Manguinhos foi visitado até março deste ano por mais de 235 mil pessoas, usuárias tanto do acervo de 35.401 obras como das atividades culturais e de promoção da leitura desenvolvidas para a população de Manguinhos e adjacências, segundo dados da Secretaria Estadual de Cultura.

"A biblioteca é um local de convivência, trocas e aprendizagem", disse a diretora da unidade, Claudia Thurler Ricci. Com uma área de 2,3 mil m², a unidade tem um salão principal, espaço de leitura, salas para cursos e estudos, espaço multimídia, ludoteca, café literário e um cineteatro com 200 lugares, além da sala Meu Bairro, que  atende às necessidades de reuniões e fóruns comunitários.

Os visitantes podem acessar livremente as estantes de livros e a internet, assistir a filmes, ouvir música e participar de diversas atividades culturais. Quem quiser pode também solicitar o empréstimo de um dos mais de 27 mil filmes.

Desde 2010 frequentadora da biblioteca, a cantora Mayara Luísa da Silva, de 20 anos, considera que o espaço mudou a realidade de muitos moradores da comunidade, como ela. "Aqui, uso a internet, encontro pessoas e troco ideias sobre música. Também faço parte do grupo de teatro Manguinhos em Cena", disse.

Outro usuário, o aposentado Deocleciano Moura Faião, de 50 anos, revelou ter descoberto o talento para contista frequentando a biblioteca. "Ela abriu a minha mente. Me encontro quando estou nela", disse.

A programação de aniversário foi aberta ao meio-dia, com a apresentação, pela Companhia Manguinhos em Cena, da leitura musicada Cena Palavra Viva,  no hall do cineteatro, que leva o nome do cineasta Eduardo Coutinho, morto em 2014. Das 13h às 15h, o Ballet Manguinhos apresentou trecho do espetáculo Andanças de Elis, seguido de show do grupo Radasha Music e de apresentação de dança do passinho.

Contação de histórias e exibição de filmes de animação também fizeram parte da programação. A festa foi encerrada no início da noite, com uma apresentação de dança de salão, no hall do cineteatro.