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Associação diz que não há necessidade de corrida aos supermercados no RJ

21.out.2016 - Movimentação no supermercado Guanabara do bairro de Vila Valqueire, na zona norte do Rio de Janeiro. Rede de supermercados realiza promoção de aniversário nesta sexta-feira (21) na região metropolitana da cidade - Luiz Gomes/Fotoarena/Estadão Conteúdo
21.out.2016 - Movimentação no supermercado Guanabara do bairro de Vila Valqueire, na zona norte do Rio de Janeiro. Rede de supermercados realiza promoção de aniversário nesta sexta-feira (21) na região metropolitana da cidade Imagem: Luiz Gomes/Fotoarena/Estadão Conteúdo

15/03/2020 19h12

Resumo da notícia

  • Presidente de associação do setor informou à população que lojas não irão fechar
  • Segundo ele, álcool em gel é o único produto onde há dificuldade para reposição
  • Divulgação de notícias falsas de fechamento provocam pânico, alerta Queiróz

O presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), Fábio Queiróz, alertou hoje a população que não há necessidade de uma corrida aos supermercados por causa do avanço do novo coronavírus no país. "Não precisa haver correria aos supermercados", afirmou.

Hoje (15), embora em um movimento atípico para domingos, a quantidade de consumidores nos supermercados do Rio de Janeiro foi menor do que na sexta-feira (13) e no sábado (14), quando os estabelecimentos ficaram cheios de compradores que temiam enfrentar problemas de desabastecimento.

"Hoje a gente teve um movimento acima do normal para um domingo, mas já com uma procura bem menor. Isso é muito importante. A gente teve as lojas menos cheias. Estamos massificando a informação e reforçando o apelo de que o consumidor não faça uma corrida desenfreada para as lojas. Não há necessidade disso", reafirmou em entrevista à Agência Brasil.

A redução no movimento ocorreu principalmente em alguns bairros da zona sul e da zona oeste da cidade, como Barra da Tijuca, Recreio e Jacarepaguá.

Fábio Queiróz disse que tem se empenhado em tranquilizar a população. Ele inclusive publicou vídeos nas redes sociais da Asserj garantindo que não precisa correr aos supermercados e nem fazer estoques pessoais.

"[No vídeo estou] Pedindo, apelando à população, para não correr para os supermercados e não superestocar. E para garantir que vou atualizando a população diariamente. Hoje soltamos outra nota. Qualquer mudança no cenário, serei o primeiro a avisar, porque enquanto as mercadorias estiverem sendo entregues a gente não terá problema de abastecimento", disse.

A gente gosta de vender, mas esse não é o momento. Agora é hora de evitar aglomerações para que a gente não chegue ao isolamento social, que é o caos e a falência do sistema de saúde

Fabio Queiróz, presidente da Asserj

O presidente da Asserj garantiu que os supermercados estão preparados para atender a demanda e revelou que o único produto que os supermercados estão com dificuldade de reposição é o álcool em gel, que teve um aumento muito grande na procura e as fornecedoras não estão conseguindo atender a demanda na mesma velocidade.

"O único item que estamos com dificuldade de abastecimento, aí sim, de abastecimento mesmo, é o álcool em gel, porque a procura foi muito acima do esperado e, portanto, sem condição de aumento da produção com a logística para chegar ao destino final. É o único produto que estamos verdadeiramente com dificuldade".

Fábio disse que as entregas de produtos não dependem dos supermercados, mas da produção da indústria e dos insumos que ela recebe. "Perceba que é um ciclo e estamos mil por cento de olho nesse ciclo. Se qualquer elo dessa cadeia se quebrar, me comprometo a ser o primeiro a avisar às autoridades competentes e à população", afirmou.

O presidente da Asserj disse que com o movimento dos últimos dias houve aumento na busca por produtos de limpeza e alimentos congelados, mas os estabelecimentos estão preparados e abastecidos para atender a demanda para fornecer o serviço essencial à população.

Fábio Queiróz disse que é preciso fazer diferença entre desabastecimento e não reposição. A falta de produtos em prateleiras conforme ocorreu nos dois últimos dias, segundo ele, ocorreu porque não deu tempo de repor os produtos diante da velocidade em que os consumidores pegavam para levar para a casa. "Algumas imagens de gôndolas vazias significam que a gente não tinha condição, de naquele momento, de tirar o produto do depósito ou da central de distribuição para a gôndola", disse.

Fechamento de lojas

Ele negou ainda que possa ocorrer o fechamento de lojas. Alertou que tem ocorrido a divulgação de fake news que provocam pânico na população. "Está circulando um anúncio do Guanabara dizendo que não teria o atendimento. Aquilo é para os fornecedores. Para colaborar com a não propagação do vírus, a maioria dos supermercados não está atendendo presencialmente os seus fornecedores. Os atendimentos têm sido feitos por meios digitais ou por telefone. Aquele cartaz diz respeito a isso e tem outros que maldosamente fizeram dizendo que as lojas iam fechar. Total fake news. Eu garanto que nenhum supermercado vai fechar, nenhum", assegurou.

Segundo Queiróz, para evitar os contatos pessoais, os supermercados não estão mais fazendo os contatos pessoais com os fornecedores e os pedidos estão sendo feitos por meios digitais. Ainda conforme o presidente da Asserj, os donos dos estabelecimentos agiram preventivamente e anteciparam os pedidos de compras na semana passada.

"Os supermercados aumentaram o estoque como um todo. Estamos trabalhando com estoques mais altos por conta desse momento. No início da semana passada já começou o estreitamento da parceria com os fornecedores, a antecipação dos pedidos de compra para que os fornecedores entreguem mais cedo nas nossas lojas e a gente continue abastecido", disse.

Segundo ainda Queiróz, a logística também precisou ser adaptada. "Não adianta ter o produto no depósito e não ter gente para repor os produtos nas gôndolas. As vezes a gente coloca o produto na gôndola e o consumidor pega como formigas no doce. Claro que vai acabar e vai ficar sem reposição. Não dá tempo".

O presidente da Asserj disse que a decisão de fazer estoque de alguns consumidores é nocivo, especialmente para a população de renda mais baixa, que fica com menos opção de compra e terá que enfrentar a falta de produtos. "O estoque tem que ser distribuído de forma equânime a toda a população. Se quem tem mais poder aquisitivo comprar muita coisa e porventura tiver um rompimento na cadeia de abastecimento, as pessoas de renda mais baixas podem ficar vulneráveis e desabastecidas", disse.