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Covid-19 responde por 97,5% dos casos de SRAG reportados no país

SRAG é uma complicação respiratória associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral - Mister Shadow / Estadão Conteúdo
SRAG é uma complicação respiratória associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral Imagem: Mister Shadow / Estadão Conteúdo

Da Agência Brasil

18/09/2020 15h43

De acordo com o InfoGripe, boletim semanal divulgada pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), 97,5% das ocorrências de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) reportados no país em 2020 e com exame positivo para alguma infecção viral se deram em decorrência da covid-19. Os dados atualizados, divulgados hoje, indica manutenção da tendência de queda no número de novos casos semanais.

A SRAG é uma complicação respiratória associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio, entre outros sintomas. As ocorrências de SRAG em 2020 aumentaram em decorrência da pandemia de covid-19, causada pelo novo coronavírus Sars-CoV-2.

No ano passado, foram reportados 39,4 mil casos. Neste ano, já são 447.840, dos quais 54% tiveram resultado laboratorial indicando presença de algum vírus respiratório.

Entre as ocorrências com exame positivo para infecção viral, foram identificados quadros de SRAG associados não apenas ao novo coronavírus (97,5%), como também ao vírus influenza A (0,5%), ao vírus sincicial respiratório (0,4%) e ao vírus influenza b (0,2%). Quando analisados os casos que evoluíram à óbito, 99,3% estão vinculados ao novo coronavírus. Até o momento, são 111.575 mortes por SRAG em 2020. Em 2019, foram 3.811.

Tendência de queda

A nova edição do Infogripe se baseia nos dados inseridos até a última terça-feira (15) no Sivep-gripe, sistema de informação mantido pelo Ministério de Saúde e alimentado por estados e municípios. Embora indique uma tendência de queda no número de novos casos semanais, a Fiocruz aponta que as ocorrências de SRAG encontram-se ainda em um patamar muito alto. Todas as regiões do país estão situadas na "zona de risco", com índices bem elevados na comparação com o padrão histórico.

O boletim traz ainda uma análise para as próximas três semanas (curto prazo) e para as próximas seis semanas (longo prazo). A tendência de queda não se observa de forma homogênea em todo o Brasil. Em 15 estados e no Distrito Federal, todas as macrorregiões têm sinais que apontam para a redução ou estabilização do número de casos. Por outro lado, há ao menos uma macrorregião com sinal de crescimento no curto ou longo prazo em 11 estados: Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, São Paulo e Santa Catarina.

Entre as capitais, João Pessoa e Manaus mantiveram sinal moderado de crescimento a longo prazo. Já Aracaju tem forte tendência de alta no curto prazo. Palmas tem sinal moderado de aumento dos casos no curto prazo. Para a Fiocruz, o desafio atual é evitar uma possível retomada do crescimento. "Embora a maioria das capitais esteja com sinal moderado ou alto de queda ou estabilidade no longo prazo, o cenário é de cautela", aponta o boletim.