Polícia Federal deporta dois haitianos no aeroporto de Cumbica, em SP

A ONG Visão Mundial fez ontem um protesto formal ao governo brasileiro contra o que qualifica de política "imperialista", preconceito e discriminação contra dois cidadãos haitianos. Segundo a acusação, a Polícia Federal impediu os dois de entrarem no país para participar de um treinamento sobre políticas públicas.

Claude Rinvil e Jean-Wilbert Baptichon foram barrados pela imigração do Aeroporto de Guarulhos, no dia 23, quando tentavam desembarcar em São Paulo. Acabaram deportados sem apelação para o Haiti. Os haitianos, que tiveram documentos e bagagens apreendidas pela imigração brasileira, tinham visto de entrada emitido pela Embaixada do Brasil em Porto Príncipe.

De acordo com a ONG, eles estavam com a documentação em dia, incluindo as vacinas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e uma carta da entidade indicando a finalidade da visita. "Eles (os policiais) reproduziram a mesma atitude imperialista que os americanos sempre praticam com brasileiros e latinos", criticou Wellington Pereira, dirigente da entidade.

Outro lado

A PF informou que os haitianos estavam com o visto errado - de turista, em vez de estudante -, não tinham dinheiro para bancar a estada e deram informações contraditórias na entrevista para justificar a viagem. A polícia disse ainda que agiu com objetividade, sem privilégio ou perseguição, como age com qualquer estrangeiro que tenta entrar irregularmente no País. A PF informou também que não se trata de deportação - medida prevista para estrangeiros indesejáveis - mas de "inadmissão de pessoa que não cumpre os requisitos legais para entrar no País". As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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