Morre Adrielly, menina que esperou 8 horas por operação
Adrielly foi atingida por um tiro quando brincava na porta de casa com a boneca que havia acabado de ganhar no Natal. A polícia investiga a origem do disparo, que pode ter partido de traficantes da Favela Urubuzinho, que, segundo testemunhas, comemoravam o Natal com disparos para o alto. Adrielly mora com a família em uma casa entre as Favelas Urubu e Urubuzinho.
A menina chegou ao hospital à 0h30, mas não havia neurocirurgião de plantão. O médico escalado para o plantão noturno de Natal do Hospital Salgado Filho era Adão Orlando Crespo Gonçalves. Mas ele faltou ao plantão. Em depoimento à polícia, ele afirmou que faltava aos plantões há mais de um mês por discordar das condições de trabalho no hospital. Alegou ainda que uma resolução do Conselho Regional de Medicina determina que cada plantão tenha pelo menos dois médicos neurocirurgiões.
Crespo seria o único na especialidade a trabalhar na noite do dia 25 de dezembro.
Segundo o médico, a determinação do Conselho não era cumprida no Salgado Filho, para onde a menina Adrielly foi levada. Em depoimento à Polícia Civil, o médico disse ter comunicado sua decisão de não trabalhar no plantão ao chefe do setor de neurocirurgia do hospital. Crespo foi afastado da função.