48 famílias estão em perigo em morro de São Sebastião
São Sebastião - A Defesa Civil de São Sebastião (SP) está em alerta devido à movimentação de um morro localizado na Vila Esquimó, em Juqueí, região sul da cidade. No local, considerado área de risco, residem 48 famílias. Na madrugada desta terça-feira houve um deslizamento de terra que atingiu uma das casas. A parede do quarto onde três adolescentes dormiam foi atingida. Ninguém se feriu.
Segundo a moradora Márcia da Silva, 32, que reside há seis anos no local, era madrugada quando a terra cedeu e atingiu o cômodo da casa. "Levamos um susto e retiramos as meninas imediatamente". Segundo ela, choveu a noite inteira. Apesar do deslizamento, a família permanece no local. "A Defesa Civil deixou a gente ficar, só interditaram o quarto, porque está com rachadura".
Segundo Carlos Eduardo Santos, chefe da Defesa Civil, o morro "andou" 43 centímetros. "Há uma fenda de 43 centímetros que está recebendo toda a água da chuva e isso nos preocupa, pois não sabemos onde ela está sendo represada". Segundo o órgão, anualmente são feitas medições no morro para monitorar suas condições. Moradores relatam que constantemente sentem o morro "se mexer". "A parede da minha casa está toda rachada. O morro sempre se mexe, treme tudo", disse a moradora Cecília dos Santos Araújo, 52, que saiu do Ceará para residir no local.
O Morro do Esquimó fica às margens da Rodovia Rio-Santos, em Juqueí. Da pista é possível ver conglomerados de barracos que há alguns anos estavam exclusivamente nas encostas da Serra do Mar. Atualmente algumas das habitações precárias invadiram o outro lado da pista, sentido praia, e disputam espaço com condomínios de luxo. Com elas, emaranhados de fios surgem de postes de madeira improvisados para abastecer os núcleos habitacionais da Vila Esquimó e da Vila Progresso, em Juqueí.
Calamidade pública
São Sebastião continua em estado de calamidade pública, decretado pelo prefeito Ernane Primazzi (PSC), que foi cassado pela Justiça na última sexta-feira, após ser acusado por compra de votos durante a campanha. Por conta da calamidade, o juiz eleitoral Guilherme Kirschner decidiu mantê-lo no cargo, até o julgamento do mérito, para não prejudicar a cidade com a alternância de poder.