Juros futuros encerram em alta por movimento técnico

São Paulo - Em um dia em que o noticiário sugeria movimento de queda para os juros futuros, fatores técnicos levaram as taxas a subir e recompor parte da queda da véspera. De acordo com operadores, houve um fluxo relevante de compra no contrato com vencimento em janeiro de 2015, o que acabou puxando as demais taxas.

Além disso, estrangeiros venderam NTN-F e tomaram taxa com vencimento em janeiro de 2017 e 2021. Entre os indicadores conhecidos nesta quarta-feira, destaque para a deflação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e para a queda do Índice de Commodities (IC-Br), ambos em março.

No fim do pregão, informações de uma fonte da equipe econômica à reportagem fizeram com que as taxas curtas e intermediárias acelerassem o movimento de alta e fechassem nas máximas ao mesmo tempo em que as longas perderam vigor. Entre outras coisas, a fonte disse que "o business do Banco Central é inflação e não atividade econômica".

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (173.335 contratos) marcava máxima de 7,23%, de 7,17% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (195.770 contratos) apontava 7,86%, também na máxima, de 7,75% na terça-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (224.925 contratos) indicava máxima de 8,55%, de 8,44% na véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (114.040 contratos) marcava 9,34%, ante 9,29%, e o DI para janeiro de 2021 (8.855 contratos) estava na mínima de 9,93%, de 9,92% no ajuste.

"O noticiário, tanto doméstico quanto externo, sugeria um novo pregão de queda para as taxas futuras. Mas fatores técnicos fizeram com que essa tendência fosse contrariada", afirmou um operador. Segundo outro profissional da área de renda fixa, inicialmente houve tomada de taxa no contrato para janeiro de 2015. "Depois, estrangeiros que venderam NTN-F entraram tomando taxas longas, como o janeiro 2017 e 2021. Tudo isso acabou imputando viés de alta para todos os vencimentos."

Pela manhã, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou que o IPC de março, que mede a variação de preços na cidade de São Paulo, teve deflação de 0,17%. A queda do indicador foi maior que a mediana das estimativas (-0,15%) encontrada em levantamento AE Projeções. O BC divulgou que as commodities tiveram o terceiro mês seguido de queda no Brasil, de acordo com o Índice de Commodities (IC-Br). O indicador passou de 131,44 pontos em fevereiro para 129,05 pontos em março (-1,82%), menor patamar em nove meses.

Do lado da atividade, o índice dos gerentes de compras (PMI) Brasil, calculado pelo HSBC, referente ao setor de serviços recuou de 52,1 em fevereiro para 50,3 em março. Com isso, o PMI composto, que abrange também o setor industrial, passou de 52,9 para 51,0, no mesmo período. Já a confiança do empresário do comércio caiu 2,3% no trimestre encerrado no mês passado, ante o mesmo período de 2012, na terceira piora consecutiva do indicador, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos