Tóquio - Os mercados de ações da Ásia fecharam majoritariamente em alta nesta quarta-feira, com a Bolsa de Xangai terminando o pregão quase estável depois que o país registrou um surpreendente déficit comercial em março.

O índice Xangai Composto recuperou as perdas iniciais do pregão e terminou a sessão em leve alta de 0,02%, aos 2.226,13 pontos, uma vez que os investidores ainda digeriam os últimos dados comerciais da China. Já o índice Shenzhen Composto caiu 0,5%, para 921,86 pontos. Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em alta de 0,8%, aos 22.034,56 pontos.

A China registrou um déficit comercial de US$ 880 milhões em março em comparação com o superávit de US$ 15,25 bilhões de fevereiro. Economistas esperavam um superávit de US$ 14,7 bilhões. As exportações aumentaram 10,0% em março ante o mesmo mês do ano anterior, segundo dados da Administração Geral de Alfândegas. O resultado de março ficou abaixo do aumento de 21,8% de fevereiro na mesma base de comparação e da alta de 12,0% prevista por economistas.

As importações avançaram 14,1% em março ante o mesmo mês do ano anterior, em comparação com uma queda de 15,2% em fevereiro e superando a previsão dos economistas de uma alta de 6,1%.

As ações da China continental podem ter um desempenho semelhante até que outro lote de dados econômicos - incluindo o produto interno bruto do primeiro trimestre, a produção industrial e os investimentos em ativos fixos - seja anunciado na próxima semana, o que vai dar aos investidores uma noção melhor da direção da economia.

"Os dados do comércio (mostram) que a demanda externa ainda permanece fraca, o que é amplamente conhecido no mercado. Então, eu acho que os investidores vão prestar mais atenção aos indicadores que refletem as operações comerciais das empresas, lucratividade e crescimento de receita, como a produção industrial e o consumo de energia, antes de se decidirem", disse o analista Sun Zheng, da Dongxing Securities.

Os dados mais fortes do que os esperados de importação da China impulsionaram o dólar australiano contra a moeda norte-americana, chegando a US$ 1,0522 por dólar australiano em comparação com o US$ 1,0485 por dólar australiano antes da divulgação dos dados.

A maior economia da Ásia é um grande importador de recursos naturais da Austrália.

O índice S&P ASX / 200 fechou em queda de 0,2%, aos 4.968 pontos, embora o desempenho das empresas que trabalham com recursos naturais tenham dado algum suporte após os ganhos recentes nos preços de cobre e minério de ferro. A BHP Billiton subiu 1,7%, a Fortescue Metals avançou 3,7% e a Rio Tinto saltou 2,7%.

A Billabong International perdeu 27% em Sydney, uma vez que os investidores não se impressionaram com uma tentativa de aquisição por parte da empresa de private equity Sycamore Partners. A Sycamore havia avaliado a Billabong em 60 centavos de dólar australiano por ação.

O índice Kospi Composto, da Coreia do Sul, subiu 0,8%, para 1.935,58 pontos, em uma recuperação técnica ajudada por compras líquidas de estrangeiros de ações domésticas, após uma onda de venda de 1,8 trilhão de wons (US$ 1,6 bilhão) nas últimas cinco sessões.

As principais ações que estimularam o pregão de Seul incluem empresas de automóveis, siderúrgicas, químicas e de tecnologia. A Hyundai Motor ganhou 1,3%, a Posco avançou 2,6% e a LG Electronics subiu 5,2%.

Ainda assim, o sentimento dos investidores continua frágil tendo em vista que a Coreia do Norte manteve sua campanha de medo com uma advertência aos estrangeiros na Coreia do Sul. Os norte-coreanos alertaram que os estrangeiros fizessem preparativos para a evacuação, porque "a situação na península coreana está chegando perto de uma guerra termonuclear".

Apesar da cautela com as tensões entre as Coreias, os investidores em Taiwan levaram o índice Taiwan Weighted a uma alta de 0,3%, aos 7.752,80 pontos. Segundo especialistas, resultados animadores do primeiro trimestre de fabricantes de telas e bancos puxaram a pregão para cima.

Nas Filipinas, a sessão também terminou em terreno positivo. O índice PSEi ganhou 1,2%, fechando em 6.815,84 pontos. De acordo com analistas, os investidores se animaram com os resultados no exterior e com a perspectiva sobre a economia local. Entre os fatores de otimismo, o Banco Asiático de Desenvolvimento elevou sua previsão para o crescimento das Filipinas para 6% neste ano, de 5%. As informações são da Dow Jones.