Traficante teria dito que matou Amarildo para pôr 'culpa na PM' do Rio

No Rio

Quatro dias após o sumiço de Amarildo Dias de Souza, de 43 anos, o traficante Thiago da Silva Mendes Neris, o Catatau, de 24 anos, assumiu a autoria do assassinato do pedreiro em uma ligação telefônica para o celular de um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, que trabalhava "infiltrado" na quadrilha com autorização judicial. A confissão foi gravada, uma vez que o celular do policial estava grampeado.

O diálogo ocorreu na noite de 18 de julho, um dia após a realização da Operação Paz Armada, resultado de uma investigação conjunta da 15ª DP (Gávea) e da UPP Rocinha, que levou à prisão 33 acusados de envolvimento com o tráfico na favela. Catatau teve prisão temporária decretada pela Justiça, mas permanece foragido.

Amarildo está desaparecido desde o dia 14 de julho, quando foi levado algemado por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha.

O delegado Ruchester Marreiros, que era adjunto da 15.ª DP (Gávea) e presidiu o inquérito, disse nesta quinta-feira (8) que o traficante ligou para o celular do PM infiltrado, mas quem atendeu foi outro policial.

Naquela altura, Catatau já tinha descoberto que seu interlocutor fingia estar à serviço do tráfico. A reportagem não teve acesso à gravação, que já foi encaminhada ao Ministério Público.

Mas, segundo o delegado, Catatau diz na conversa que "tombou [matou] o Boi [apelido que seria de Amarildo] para colocar a culpa na PM". Para disfarçar, o policial que atendeu a ligação diz que seu colega "estava preso porque era safado que nem ele [Catatau]".

Discordância

Na segunda-feira (5), Marreiros entregou o relatório do inquérito da Operação Paz Armada ao delegado Orlando Zaccone, titular da 15ª DP. No documento, Marreiros pediu a prisão preventiva da mulher de Amarildo, Elisabete, por, segundo ele, auxiliar o tráfico.

Marreiros escreveu ainda que só não pediu a prisão de Amarildo porque ele, provavelmente, está morto. Zaccone, por sua vez, discordou e tirou do relatório entregue ao MP o pedido de prisão de Bete. As informações são do jornal "O Estado de S.Paulo".

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